Numa sala onde a maioria dos presentes era norte-americana ou latina, José Cid deixou as convenções de lado e, ao invés de falar em espanhol ou inglês, agradeceu em português. O músico de 75 anos foi um dos 9 agraciados com um Grammy Latino de Excelência Musical e, esta terça-feira, 13 de novembro, em Las Vegas, pôde finalmente receber o gramofone dourado.
«Vou falar a minha língua, a língua de Camões, a língua de Fernando Pessoa», começou por dizer. «Desde já pedir o maior aplauso para os que vão ganhando este Grammy, que é muito importante para todos nós e saber que alguém se lembrou de nós num país tão pequeno e tão longe como é Portugal. Mas um país de encanto. Visitem Portugal, vão ver que estou a falar verdade», apelou ainda o autor de êxitos como Um Grande, Grande Amor e Cabana Junto à Praia
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Ao seu estilo cru e honesto, José Cid disse também fazer parte de um leque de 21 músicos portugueses que se distinguem por serem «grandes poetas, grandes músicos, grandes cantores». «Eu não estou sozinho, tenho mais 10 cantores da minha geração e mais 10 cantores da nova geração fantásticos. Eu sou apenas mais um deles», explicou, pedido um aplauso para o companheiro musical de sempre, Tozé Brito.
E, como um verdadeiro político, José Cid não deixou passar o momento sem deixar uma mensagem repleta de atualidade. «Vou continuar a cantar as minhas canções, de amor, de ternura mas também de ódio contra o racismo, contra a segregação racial, contra a energia nuclear e contra a poluição, a favor das pessoas que mais necessitam neste planeta». O agradecimento terminou com uma versão a capella de Nasci Pra Música.
Texto: Raquel Costa | fotos: redes sociais e Arquivo Impala