Carlos Alexandre tem à sua responsabilidade mega-processos como o caso EDP, Tancos e a Operação Marquês. No entanto, o magistrado conseguiu arranjar tempo na sua apertada agenda para dar a cara por uma causa que lhe é querida.
Numa rara aparição pública fora do contexto de um tribunal, Carlos Alexandre marcou presença na emissão desta quarta-feira, 15 de julho, das 7 Maravilhas da Cultura Popular, que tem por objetivo eleger as melhores tradições nacionais.O programa, conduzido por Vanessa Oliveira e José Carlos Malato, foi emitido de Mação, terra natal de Carlos Alexandre.
Bem-disposto, apesar dos 39 graus que se fizeram sentir naquela vila da Beira Baixa, o homem que é apelidado como ‘super-juiz’, por ter à sua responsabilidade alguns dos casos mais complexos a decorrer atualmente na barra dos tribunais, falou de forma apaixonada sobre as suas raízes e a tradição da qual é padrinho, as velas de Cardigos.
O magistrado salientou a tenacidade das gentes daquela região «fustigada por incêndios nestes 20 anos». Carlos Alexandre elogiou o facto de «haver quem resista e, apesar da idade, continue a praticar a atividade que sabe fazer». «E neste caso das velas, é uma atividade muito gratificante, não só como objeto de luz, de purificação, da procura de um caminho… É uma crença muito enraizada na população portuguesa e eu sou crente. Quem batiza uma criança acende uma vela. é um símbolo de união. Tive muito gosto em associar-me a esta homenagem e a uma indústria que tem um peso na região».
Carlos Alexandre esteve em isolamento profilático
De cartão na mão, onde se pode ler o nome desta criação local e o respetivo número de telefone de apelo ao voto, o juiz referiu ainda que esta é uma região de emigrantes, que tem «o filho, a nora e o neto na Bélgica» mas que há muita gente a regressar às origens. Uma vontade que o super-juiz também tem. «Eu penso regressar à terra».
Esta presença no programa das tardes da RTP1 acontece apenas 2 dias depois de Carlos Alexandre ter estado em isolamento profilático. O juiz esteve a trabalhar a partir de casa até 13 de julho. A notícia, revelada pela revista Sábado, avançou que o juiz participou, em finais de junho, numa busca a uma agência bancária em Leiria, no âmbito da Operação Suini-Fatura. Dias depois dessa ação, dois funcionários da agência e um elemento da PSP testaram positivo para o novo coronavírus.
Texto: Raquel Costa | Fotos: RTP