Lágrimas em “Festa é Festa”: Nelinha está à beira da loucura e chora no ombro de Sôtor

Em “Festa é Festa”, Nelinha invade o consultório e assume que nunca foi feliz e que as pessoas têm pena dela. O Sôtor consola-a e esta começa a chorar.

05 Fev 2022 | 13:15
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Na novela “Festa é Festa”, no consultório, o Sôtor (José Carlos Pereira) está a mudar de roupa quando entra Manuela (Inês Herédia) por ali adentro, muito chateada por achar que Zé Tó (Aldo Lima) a anda a evitar. O Sôtor mostra-se indignado com aquela invasão, mas ela está completamente alheada. O Sôtor diz-lhe que devia ter batido à porta e ela diz que bateu, mas ainda está a falar da situação com o realizador.

A secretária desabafa sobre o que sente e o Sôtor ouve-a, paciente. “É como se tivesse uma bola cá dentro. E a bola vai aumentando. Fica cheia de frustração e tristeza e aumenta, aumenta. E cada vez que aumenta, eu respiro mal. Perco ar. Lembro-me de ser pequenina e sentir isto também. Dantes não conseguia assim identificar bem o que acontecia dentro de mim, mas era exactamente a bola a aumentar. Enfiava-me debaixo dos cobertores, lá estava escuro e estando escuro eu podia fingir que estava noutro lugar. Criava uma realidade ali porque o escuro dava-me mil opções”, diz. O médico aproxima-se dela e incentiva-a falar do que sente, mas ela acha que ele não tem de perder tempo com ela. O Sôtor lembra que já a ouviu tantas vezes falar de coisas que não interessavam para nada, agora está a dizer coisas que importam.

Arrasada, Nelinha continua: “Nunca me levarem a sério também não é. E a verdade é essa: ninguém me leva a sério. Porque eu vejo. Finjo que não, mas vejo. A vida real atropela-me. Machuca-me. Não sei. Preciso sempre de sair dela. Mas porque não me ajeito aqui. As pessoas não souberam lidar comigo, eu tive de me enfiar debaixo dos lençóis e criar a minha realidade.” Em lágrimas, reforça: “E cá fora exagero para fugir ao que vejo. Para fazer de conta que não me apercebo dos olhares e dos pensamentos de todos à minha volta.”

O Sôtor é carinhoso com ela e afirma: “Esta Manuela que tenho aqui à minha frente pode tudo. E conseguirá ser tudo o que quiser.” Abraça-a e ela começa a chorar.

 

Texto: Neuza Silva (neuza.silva@imapala.pt); Fotos: Divulgação TVI

 

(artigo originalmente publicado na edição nº 1820 da TV 7 Dias)

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