Ljubomir vive pesadelo em restaurante infestado por baratas

Pesadelo na Cozinha, da TVI está de regresso à TVI e o restaurante Apple House, no Campo Pequeno, em Lisboa, foi o primeiro da nova temporada a receber a visita do chefe Ljubomir.

02 Dez 2019 | 10:50
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Ljubomir Stanisic, o mais mediático e polémico chef de cozinha que conhecemos, regressou ao pequeno ecrã este domingo, 1 de dezembro, com uma nova temporada de Pesadelo na Cozinha, na TVI.

O primeiro episódio deste formato, que é um sucesso desde a primeira edição e que estreou em 2017, levou o chef bósnio à hamburgueria mais antiga do País, a Apple House, situada no Campo Pequeno, em Lisboa. Júlio é o dono do restaurante há seis anos e pediu ajuda a Ljubomir para recuperar o negócio.

Ljubomir chega ao local e depara-se com um espaço sujo e desatualizado. «A casa toda está a precisar de um restauro», começa por dizer assim que se senta. «É triste ver uma casa completamente vazia à hora de almoço, no centro de Lisboa.» «Por mais que tentemos, a clientela não vem», constata o proprietário.

O chef  pede vários pratos para provar e rapidamente fica espantado com o facto de não existir um menu de bebidas. De seguida, à medida que vai experimentando as iguarias da casa, chega à conclusão que não há ingredientes frescos: «Isto está com aspeto elástico. Vê-se que primeiro esteve no forno e depois no micro-ondas», «o molho é sempre o mesmo em todo o lado» e «a massa da pizza é horrível» são apenas algumas das observações feitas por Ljubomir.

 

«Claro que precisam de ajuda… ou de porrada!»

O chef bósnio começa a ficar irritado com o serviço e os palavrões começam a fazer parte do diálogo. «Claro que precisam de ajuda… ou de porrada!», atira. Minutos depois, chega ao restaurante um cliente habitual. Depois de lhe oferecer comida, Ljubomir questiona-o sobre o facto do espaço estar sempre vazio. «É um bocadinho por causa da comida e pelo tempo de espera», responde-lhe.

Ljubomir não perde tempo e dirige-se a Júlio: «Não quero fazer de ti palhaço, viemos com o objectivo de te ajudar», garante-lhe. Em tom irónico, o chef acaba por lhe dizer: «Se fosses esperto regavas isto com gasolina e pegavas fogo.»

Enquanto isto, Estefania, uma das empregadas de mesa, está quieta a observar. «Estás aí parada sem clientes, pega num paninho com água e limpa isto», diz-lhe de imediato Ljubomir. Posto isto, chega a hora de visitar a cozinha, onde Wael e Jamil assumem os papéis de cozinheiros. «Gosto muito da limpeza desta casa. Está impecável», ri-se. «Eu nunca tinha visto nada assim. Tenho medo de ver mais!», ironiza.

Chocado com o estado das panelas e das frigideiras, o chef alerta o staff para os perigos relacionados com a saúde. «Imagino o meu filho comer isto…. isto é cancro», diz. Júlio, em lágrimas, admite que se sente envergonhado com a situação em que se encontra o seu restaurante.

«Vou-vos dar duas horas. Limpem a vossa cozinha como se fossem os vossos dentes. Cozinhar com gajos porcos não cozinho», assegura. No meio disto, aparecem várias baratas dentro do estabelecimento, nomeadamente na cozinha e na zona do bar. Lorena, a empregada de balcão, fica nervosa. «Deem-me condições para eu trabalhar. Chego aqui e têm o restaurante caótico», refere o chef.

O clima de alta tensão começa a aumentar e não é só entre Ljubomir e o staff. Júlio começa a desentender-se com os funcionários e o chef é obrigado a intervir. «Não venho aqui ofender ninguém. Eu não vim aqui dar-vos dinheiro, vim ensinar-vos a ganhar dinheiro. Aqui há um grande problema a nível de comunicação. Vocês parecem baratas tontas!»

Wael e Jamil, ambos imigrantes e a viver e a trabalhar em Portugal por necessidade, sentem-se revoltados com a falta de pagamento salarial já há três meses. Júlio volta a chorar e desabafa. «Não estava à espera que os meus funcionários me dissessem que eu não faço aqui nada.» Com o intuito de incentivar o dono do restaurante a não desistir, Ljubomir eleva o tom de voz. «Acorda homem, tu és o dono daquela casa! És o gerente daquilo. Tens de pôr aquela casa a trabalhar. Se não dás continuação a este projecto eu vou-te espancar. És um ser humano responsável. Vais mostrar que és bom?», questiona-o.

Depois de conversar com Júlio, o chef reúne com o staff. «A coisa mais importante é ter vontade. Deviam dar uma oportunidade ao Júlio e a vocês próprios. Têm que criar boas condições. Se não há cliente não há dinheiro. Se querem melhores condições têm de criá-las», diz-lhes.

 

Renovação do espaço

Chegou a hora de dar uma nova vida à Apple House. Júlio e os funcionários são surpreendidos com cadeiras renovadas com estofos a estrear, paredes pintadas, uma limpeza profunda a todos aparelhos, uma decoração mais clara e luminosa e, ainda, um novo fornecedor de carne.

Para colocar a cereja no topo do bolo, Ljubomir convidou Hugo, seu amigo e tatuador, para decorar a parede exterior com o desenho de um hambúrguer, relacionado com o estabelecimento. O chef reorganizou a ementa e, em vez de dezenas de pratos variados, restringiu-se a um menu de hambúrgueres e pizzas. «A ideia é ter qualidade», sublinhou. Lorena admite que «a ementa agora está bem melhor que a anterior.»

 

A inauguração

Chegado o grande dia da inauguração do novo espaço, o restaurante enche-se de clientes. As expectativas são altas e não há espaço para erros. Os clientes ficam satisfeitos com as novas sugestões da casa e elogiam os pratos. «O futuro deste restaurante do Júlio depende», garante Ljubomir.

No final, o chef oferece um mês de salário a cada um dos cozinheiros e faz um acordo com Júlio, dando-lhe o prazo de 60 dias para lhe devolver o dinheiro. «Ljubomir é muito bom», diz um deles emocionado.

Júlio termina o episódio agradecendo ao chef tudo o que fez pelo seu negócio. «É muito importante a autoconfiança. O Chef mostrou-me que eu tinha responsabilidades. Continuo a lutar e a lutar», termina. No final do programa, a produção informa que Júlio devolveu o dinheiro que Ljubomir lhe emprestou dentro do prazo estipulado.

Texto: Joana Dantas Rebelo; Fotos: Divulgação TVI e D.R.

 

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