A luta de Leonor Afonso contra o cancro comoveu Portugal. A menina morreu a 3 de setembro de 2014 mas a sua memória continua viva. Vanessa Afonso recordou este domingo o momento que a filha foi diagnosticada com um cancro no rim.
«Passaram 7 anos desde o dia em que vi a minha vida virar do avesso e destruir por completo todas as certezas que alguma vez tive, sobre o que ou quem era. Passaram 7 anos desde que descobri que a dor dói, mas que só mata quando Deus decide que é hora, pois que de outra forma, ela tem como propósito forjar-nos carácter, alma e coração», escreveu Vanessa Afonso.
«Há 7 anos atrás eu era uma Menina Mulher, cheia de sonhos e planos que olhava para o Mundo como uma esfera de infinitas oportunidades e concretizações, onde não existiam impossíveis a quem crê. O que vivemos ambas a partir de aí, contrariou muitas vezes a ciência e o senso comum e em cada segundo, em cada instante eu e ela seguimos juntas um caminho, uma luta que só terminou quando Deus achou que a partir dali, as lições que ainda havia para aprender, eu teria que as aprender agora sem a mão de amor, da minha Leonor.»
«Aprendi que saber fazer escolhas é sem dúvida o segredo dos grandes»
Após a morte da filha, Vanessa Afonso criou a Associação Princesa Leonor, que tem por objetivo «ajudar as crianças e jovens e as suas famílias a superar da melhor forma os diversos problemas que se colocam a partir do momento em que é diagnosticado o cancro.»
No texto, publicado na página de Facebook da associação este domingo, Vanessa escreve: «hoje posso dizer que sou capaz de ir à profundeza da minha alma e voltar.». «Porque um dia a tive na minha vida, hoje posso dizer que sou rica das pessoas mais valiosas que algum dia poderia ter colhido para mim: vocês. Porque um dia a tive na minha vida, aprendi que saber fazer escolhas é sem dúvida o segredo dos grandes. Porque um dia a tive na minha vida, descobri que é possível morrer sem que o nosso coração deixe de bater e ainda assim seguir vivendo.»
Vanessa Afonso escreve ainda que a filha foi a sua «história mais bonita».
Texto: Raquel Costa | Fotos: Arquivo Impala
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