Maria Henrique abre o coração e fala-nos da sua carreira e dos sonhos por concretizar

Aos 14 anos descobriu que a sua paixão era a representação mas escondeu da família o seu sonho, pois o trabalho de atriz era visto com algum preconceito. Hoje, com mais de 30 anos de carreira.

23 Jun 2023 | 14:00
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Com uma conceituada carreira, Maria Henrique prepara-se para subir ao palco do Auditório Eunice Munoz com a peça Boleros e Vídeos Caseiros. Em conversa com a TV 7 Dias a atriz mostrou-se feliz com mais este desafio e afiança que está a correr muito bem.

“Começámos em ensaios a 17 de maio e esta a correr muito bem. É uma comédia como as verdadeiras comédias que eu gosto, com sumo e uma mensagem. É daquelas vontades em que as pessoas se podem rir mas no fim não vão ocas, ficam a pensar que se calhar aquilo aconteceu a uma amiga, ou no casamento delas. Acho que isso é que é importante para o público, é diversão, entretenimento que realmente o público está a precisar mas também levar conteúdo. Não ser rir só por rir. É um texto muito bem escrito pelo Lázaro Matheus e dirigida pelo Celso Cleto”, conta, adiantando ainda: “É mais um desafio para mim como atriz. Faço de Cristina, é uma personagem que não tem de toda a ver comigo e é isso que eu mais gosto. O máximo que esta personagem tem de mim é a boa disposição. É uma mulher fora da caixa, uma mulher de mente aberta. Ela sempre tratou a melhor amiga como se fosse a irmã mais nova, que a protege. Elas tem uma amizade muito grande mas têm uma forma de estar na vida muito diferente. Uma é mais clássica que é a personagem da Paula Marcelo e esta minha é mais para a frentex. Gosta muito de opinar e de abrir-lhe os olhos. Entra também o Martinho Silva.”

Atriz versátil, Maria Henrique assume que gosta de comédia mas não consegue escolher só um registo. “Amo o registo comédia. Não tenho preferência. A seguir a uma comédia gosto de fazer um drama, não é um dramalhão,é fazer uma coisa séria. Complementa-me como atriz e dá-me uma grande versatilidade. Não consigo escolher qual o registo que gosto mais. É isso que é importante para mim, saber ir a todos os registos. Em geral penso que a comédia é mais difícil de fazer e é um assunto muito sério. Fazer comédia, saber fazer alguns silêncios e saber fazer o público rir sem sermos nos a acharmos graça é muito difícil. Representar não é fácil, mas acho que comparando talvez seja mais fácil fazer chorar.”

 

Maria Henrique confessa: “Nunca pensei desistir”

 

Já se passaram 32 anos desde que concluiu o curso de Teatro e a atriz olha com orgulho para o seu percurso.Tenho muito orgulho no meu percurso, acho que sou uma privilegiada por ter tido a oportunidade de trabalhar com grandes mestres, como o Raul Solnado, Armando Cortez, Manuela Maria, Simone de Oliveira, Eunice Munoz com o meu querido Ruy de Carvalho, tanto como colega atriz, como a ser dirigida com Fernanda Lapa. Em televisão por exemplo eu a fazer direção de atores e ter uma Eunice Munoz e um Ruy de Carvalho à espera da minha ajuda. E isso é um privilégio. Tive oportunidade de trabalhar com os grandes e tenho tido grandes textos de grandes autores, tenho trabalhado com grandes encenadores e em grandes espaços teatrais. Faço um balanço muito positivo destes 32 anos.”

Apesar da instabilidade financeira da profissão a atriz garante que nunca pensou desistir. “ Nunca pensei desistir . A instabilidade pode deixar-me triste, às vezes deixa-me um pouco revoltada, outras vezes dá-me força para lutar ainda mais mas pensar em desistir de ser atriz seria pensar em desistir de mim. Nunca pensei ter outra profissão porque seria anular aquilo que eu sou.”

Ultimamente tem estado mais afastada da televisão mas no teatro não tem parado. Confrontada se é no teatro que se sente em casa a atriz explica:É -me igual. São técnicas diferentes. A forma de um ator representar para uma câmara é diferente do que em teatro ou cinema. Eu em televisão faço direção de atores desde 2004 e muitas vezes estou em bastidores. Tenho um curso de realização de cinema documental, gosto muito dessa outra parte de bastidores, há um outro mundo de coisas associadas a vários ramos do que eu sou como atriz que eu estou sempre a fazer. Nunca estive sem trabalho, até na pandemia tive imenso trabalho.”

 

Leia a entrevista completa na edição da TV 7 Dias já em banca.

 

Capa TV 7 Dias

 

 

Texto: Neuza Silva (Neuza.silva@impala.pt); Fotos: Helena Morais; Agradecimentos: Auditório Eunice Munoz
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