Maria Sampaio, Valquíria de Festa é Festa está em cena com os Monólogos da Vagina ao lado de Joana Amaral Dias e Sofia Bessa. À TV 7 Dias fala dos desafios que encontrou e do que se pode esperar deste espetáculo.
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TV 7 Dias – Como foi a estreia e como têm corrido as sessões?
Maria Sampaio – A estreia foi incrível com sala cheia, o feedback foi maravilhoso, tivemos muitas gargalhadas. Esta já é a quarta versão em Portugal, o que é uma responsabilidade porque outras colegas já fizeram este papel. Há coisas novas neste monólogo.
Como se preparou para este papel?
Na verdade não é só um papel, são vários. A autora entrevistou muitas mulheres e isto são relatos de mulheres reais, e os monólogos são todos interpretados por pessoas diferentes, o desafiante para uma atriz ao fazer isto é podermos mudar a nossa personagem consoante cada monólogo que fazemos e tive que preparar cada personagem. Há muito trabalho de casa, e para cada personagem vamos buscar às nossas gavetas algumas memórias que podem ser pessoais, de filmes, ou algumas referências.
Quais são as principais novidades nesta nova temporada?
Há novos textos, que não tinham sido usados ainda, as interpretações são diferentes, a encenação também é diferente o que torna tudo um bocadinho diferente, as personagens são diferentes. Temos a nossa Joana Amaral Dias, que também é uma novidade, e para nós está a ser muito giro o facto de termos a Joana, porque não tem aquelas regras do ator, não tem a visão mais técnica e até erudita e intelectual do teatro e traz-nos logo outra energia para o palco.
Que temas trazem para o palco?
Não sou a melhor pessoa para falar sobre isso, mas interpretações diferentes, claramente que trazem coisas diferentes. Isto é uma obra com muitos anos e não a podemos mudar, mas há monólogos que voltaram. Eu tenho um monólogo que não fez parte da última versão, com a Teresa Guilherme.
Que dificuldades encontrou para desempenhar este papel?
A maior dificuldade foi em casa para estudar, quando o Paulo me convidou ainda tinha a Caetana comigo em casa, porque ainda não a tinha posto na creche. Tenho textos com restos de comida, acho que nunca tive textos tão mal tratados. Ainda não tenho noites seguidas e a concentração ainda não está a cem por cento. A memória da mulher, depois de ser mãe também fica um bocadinho mais lenta e o texto aprece que demora mais tempo a entrar.
Como define este espetáculo?
Para a mulher é um hino de liberdade, de deixar de ser tabu falarmos da nossa sexualidade, para os homens acho que é extremamente necessário porque ouvem coisas que as mulheres sentem e não falam.
Como tem sido a dinâmica com a Joana Amaral Dias e Sofia Bessa?
Já conhecia a Joana, da TVI, e a Sofia também, mas não nos conhecíamos realmente e correu tudo muito bem. Fizemos uma irmandade e o facto de estarmos a falar sobre mulheres, e os temas serem íntimos da mulher, com alguns divertidos e outros pesados, isso acaba por nos unir. O nosso projeto vai durar um ano, já temos datas marcadas para o ano, a tournée ainda nos vai juntar mais. A Joana que é mãe de três filhos tem-me ajudado muito com a minha maternidade. A Sofia é tia, tem muita graça, cada uma é mais maluca que a outra.
Texto: Telma Santos (telma.santos@impala.pt); Fotos: Tito Calado