Morreu a socialite Jô Caneças. Mulher de Álvaro Caneças tinha 66 anos

Morreu, esta segunda-feira, a socialite Jô Caneças. Lutava há vários meses contra um cancro no pâncreas, que entretanto se tinha alastrado a outros órgãos vitais. Tinha 66 anos.

04 Mar 2019 | 13:07
-A +A

Jô Caneças nasceu na Régua numa família de classe média. Com o nome Maria Goreti Guedes, cedo começou a ser apelidada carinhosamente por Jô.  A infância foi marcada pela morte da mãe. «Fiquei sem mãe muito cedo. Ela tinha 42 anos e eu ainda não tinha 14. Acarinhava-me muito. Sofri muito. Ninguém imagina… Senti-me sem chão, sem nada», contou, numa entrevista de vida que deu à revista VIP.

Depois da morte da progenitora, com um cancro no pâncreas, Jô deixou a terra natal e veio para Lisboa viver em casa de um familiar. Habituada a trabalhar a terra, arranjou o primeiro emprego. Os estudos foram feitos à noite, numa escola da Amadora. Tirou o curso de bordadeira e trabalhou na fábrica de malas de senhora Peixoto Soares. Viveu tempos difíceis:

«Costumo dizer que hoje meto as mãos nos bolso e toda a minha roupa tem moedas, mas nessa altura não. Lembro-me de passar numa pastelaria muito boa da Amadora e apetecer-me um café e um bolinho e ficar ‘com água na boca’ porque não tinha dinheiro. Para juntar algum dinheiro, abri a minha primeira conta com 50 escudos.», contou, em entrevista à mesma publicação.

Tinha 31 anos quando se apaixonou por Álvaro Caneças, ex-marido de Lili Caneças. Foi o empresário [na altura já divorciado] que deu o primeiro passo na relação. Casaram-se pouco tempo depois. «Eu tinha 31 anos, a minha vida organizadinha, mas tanto insistiu, que aceitei. No dia 1 de Dezembro de 1984 fomos jantar… ele chegava sempre a horas, abria-me a porta… arranjava sempre forma de me impressionar».

«Construíram uma relação sólida desde esse dia. Sempre tive tendência para homens mais velhos. Sempre pensei que um dia, se vivesse com alguém, tinha de ser com uma pessoa mais madura que eu. Achava que as pessoas mais velhas me davam respeito, personalidade e eu não via isso na juventude da minha idade», declarou. «O Álvaro é a minha família, o meu pilar, a minha vida», acrescentou.

Quando Álvaro adoeceu, Jô Caneças esteve sempre ao seu lado. Anos depois, foi Álvaro o maior apoio da mulher, quando o cancro chegou…

Desde o primeiro dia que a doença, um cancro no pâncreas, não deu tréguas a Jô Caneças. Habituada a uma vida difícil, usou a coragem para enfrentar os momentos mais duros. «Enquanto tiver força vou continuar a lutar.»

Texto: Ricardina Batista | Fotografias: arquivo Impala

PUB