Noémia Costa foi vítima de violência doméstica: «a minha filha viu algumas agressões»

A última década foi de provações e dor para Noémia Costa. A atriz de 55 anos emigrou por falta de trabalho, perdeu o pai, tem a mãe doente e guarda memórias de uma relação violenta.

09 Nov 2019 | 17:25
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Em outubro de 2008, a TV 7 Dias noticiava em primeira mão que Licínio França vivia nas ruas e alimentava-se graças à caridade. O ator tinha saído de casa após a separação com Noémia Costa e, como a nossa / sua revista noticiou na altura, a rutura terá tido como motivos o vício do jogo e traições. E, sabe-se agora, violência doméstica.

A atriz que dá vida à intriguista Prazeres da novela da SIC Terra Brava foi a convidada deste sábado, 9 de novembro, do programa da SIC Alta definição, e revelou os motivos pelos quais a união de 22 anos chegou ao fim.

«Ninguém quer que uma relação falhe principalmente 22 anos depois. Mas não devia ter deixado que a relação se estendesse mais. Poupava a Joana de ter visto certas coisas que, infelizmente, acabou por ver. A Joana é fruto de um grande amor. Eu estou sozinha há 14 anos. Aprendi a não cometer os mesmos erros se aparecer outra pessoa. A não permitir… Aprendi a ganhar respeito por mim. A agressão física e verbal é sempre dolorosa.»

Perante a afirmação, Daniel Oliveira questionou: «Sofreu ambas?». «Sim, infelizmente. Embora tenha o maior respeito por ele. É o pai da minha filha. Olho para a Joana e jamais me poderia esquecer dele», confessa.

Há 11 anos, a TV 7 Dias revelava que Licínio França tinha cortado relações com a filha, Joana. A jovem, como conta Noémia Costa, presenciou situações  «A Joana viu algumas dessas agressões…», confessou para depois continuar: «Guardo coisas boas da nossa relação porque elas também existiram mas foi o ‘já não dá mais’, ‘o acabou’».

A perda do pai e a doença da mãe

Noémia recordou o passado e reviveu o dia em que soube que o pai morreu. Uma notícia devastadora que tinha de dar à mãe que estava ao seu cuidado em casa. «Ele partiu em paz e sabe que eu fiz tudo aquilo que podia ter feito. Foi para o hospital e liguei ao Luís [o seu irmão] para ir para lá. Mais tarde, ele liga-me a diz-me ‘não resistiu’. Apetecia-me, sei lá, desatar aos gritos e não podia fazer isso tinha a minha mãe a dormir».

«Gritaste por dentro?», voltou a intervir Daniel Oliveira. «Sim, teve de ser. A minha mãe é muito atenta apesar da idade… sentiu algo e chamou-me. Tentei evitar ao máximo para lhe dar a noticia. Depois disse-lhe.», desvendou, confessando ainda que ainda não fez o luto do pai.

«A vida não me permitiu que eu fizesse o luto. Tenho andado a tentar evitar ao máximo mas sei que mais cedo ou mais tarde terei de fazer. Tenho uma saudade imensa dele. Todos os dias me lembro dele. Todos os dias vou a janela vejo uma estrela a brilhar e eu sei que é ele, ou pelo menos, me conforta. Acredito que a morte não é o fim.»

A mãe, atualmente com 94 anos, está internada e muito frágil. Cuidadora da progenitora, Noémia recorda de lágrimas nos olhos o dia em que teve de fazer reanimação à mãe. «Ela sofreu uma paragem cardíaca em minha casa. Estava a dar insulina ao meu pai… ela pegou no andarilho e foi para sala… e de repente deixei de ouvir. Estava sobre o andarilho com convulsões. Só ouvia na minha cabeça: ‘bate no peito’ e de repente ela volta. Não era a hora dela. A cardiologia disse que não devia ter feito isso. Que a devia ter deixado ir. Estava por dias, por horas.. o que é certo é que já passaram 4 anos que ela está cá.» 

 

Texto: Márcia Alves e Raquel Costa ; Fotos: Arquivo Impala

 

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