O 11 de Setembro foi há 21 anos. Famosos contam-nos onde estavam no dia que mudou o Mundo

No dia 11 de setembro de 2001, perto de três mil pessoas morreram no ataque terrorista às Torres Gémeas, em Nova Iorque, Estados Unidos. À TV 7 Dias, 11 famosos desfiaram memórias sobre a tragédia.

11 Set 2022 | 9:00
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O dia 11 de setembro de 2001 está para sempre na história dos Estados Unidos. Foi nessa terça-feira que um ataque terrorista às Torres Gémeas, em Nova Iorque, liderado pela organização islâmica Al-Qaeda, causou a morte de perto de três mil pessoas. Mais de seis mil ficaram feridas e com danos permanentes.

Volvidos 21 anos sobre a tragédia, o mundo não esquece as imagens de terror e o sentimento de medo no olhar dos norte-americanos. A TV 7 Dias recorda o agora o depoimento que 11 famosos portugueses nos deram a recordar esse dia e a contar como o viveram.

Rita Salema estava a almoçar com o irmão mais novo, Manuel, quando surgiram as primeiras imagens do atentado. “Estava tudo em pé a ver aquilo na televisão. Até disse ‘Meu Deus, que bem feito, que filmagens extraordinárias’, porque pensei que era um filme. Começou tudo aos gritos. Nem queria acreditar. Foi horrível! Hoje em dia, infelizmente, conseguimos ver o terror em direto e foi o que aconteceu”, recordou a atriz.

No Porto, a frequentar o segundo ano de faculdade, João Paulo Rodrigues “estava na casa de uma namorada com quem estudava” a almoçar quando surgiram as notícias sobre o 11 de Setembro num telejornal. “Ficámos completamente sem reação. Achámos aquilo tudo difícil de acreditar. E ficámos a acompanhar aquilo o resto do tempo, em choque”, contou o humorista.

Para João Paulo Rodrigues, “o principal objetivo, que é o terror, foi imediatamente conseguido”, confessando que, a partir desse momento, passou a pensar duas vezes para onde vai de férias e de que forma o faz.

Manuela Moura Guedes viveu 11 de Setembro na redação da TVI

Há 21 anos, Manuela Moura Guedes estava na redação da TVI quando, em direto, viu todos os pormenores do atentado. “Primeiro, fiquei aterrorizada e, depois, comecei a trabalhar. Nós tínhamos, ao longo de toda uma parede, os monitores com várias estações. Vi em direto, mesmo à minha frente, de repente, as torres serem atacadas. A primeira e, depois, a segunda. E a reação foi ‘Isto não está a acontecer’. Depois, foi começar a montar, foi fazer a emissão”, recordou a ex-jornalista do canal de Queluz de Baixo.

A trabalhar numa empresa de Recursos Humanos na altura, a atriz Andreia Dinis lembrou que estava no trabalho quando os colegas a “alertaram para o que estava a acontecer” nas Torres Gémeas. Acompanharam tudo através dos computadores. “A reação foi de choque e incredibilidade. Foi horrível ver as pessoas a atirarem-se da janela, para não morrerem queimadas”, confessou.

Então com 21 anos, António Raminhos estava a iniciar o estágio no jornal O Independente, como jornalista, quando as notícias começaram a surgir e viu o segundo avião embater contra as Torres Gémeas. “Foi surreal, porque vi em direto na televisão. Aquilo foi à hora de almoço cá e toda a gente dizia que era um incêndio. De repente, quando estão a falar, aparece nas imagens o avião a embater na outra torre”, contou.

O humorista recordou ainda que, depois do ataque terrorista de 11 de setembro, o pânico permaneceu. “Na altura, houve um pânico com cartas. Com cartas armadilhadas ou com o antrax, um pó branco. Lembro-me de que até no jornal nós chegámos a receber cartas. Depois, havia malta, gente parva, que mandava cartas a fingir que tinham antrax.”

 

Herman José ia entrevistar Sting em Florença

Em Florença, na companhia do cantor Tozé Brito, Herman José preparava-se para entrevistar uma das maiores estrelas da música. “Ia entrevistar o Sting nesse dia e assistir ao espetáculo gravado em sua casa na Toscana”, revelou. Quanto à possibilidade de acontecer um atentado em Portugal, o humorista referiu apenas que “o ser humano não é previsível” e que “todos estamos sujeitos a tudo em qualquer parte do mundo”.

Com apenas 16 anos, Marta Melro assistiu a todo o aparato televisivo na companhia dos pais, em casa. “Estava com os meus pais em casa. Lembro-me de que a minha irmã estava a viajar e nós entrámos em pânico porque não conseguíamos falar com ela. Achávamos que podia ter acontecido alguma coisa. Lembro-me só, vagamente, disso”, contou.

A atriz disse que se recordava ainda do medo que se sentia de um possível ataque em Portugal, “porque poderia existir um interesse devido às bases aéreas nos Açores”.

Sílvia Rizzo estava a trabalhar em novela da TVI

Silvia Rizzo soube do atentados nas Torres Gémeas durante um dia de trabalho para a TVI. “Estava a acompanhar as gravações da novela ‘Anjo Selvagem’. Nós estávamos todos no exterior quando começámos a ouvir falar e, depois, fomos para estúdio. Ficámos todos muito impressionados com isso”, afirmou. “Fiquei sempre na dúvida do que é que poderia ter realmente acontecido, mas há várias teorias. Para mim, a história nunca ficou bem contada”, acrescentou.

A percorrer os corredores de um centro comercial, Eduardo Madeira ficou surpreendido com um aglomerado de pessoas a ver televisão, através de uma montra. “Estava nas Amoreiras. Curiosamente, foi mesmo aí que eu vi, quase em tempo real. Lembro-me perfeitamente de estar um grupo gigante de gente a olhar para uma montra. Percebi que se tinha passado alguma coisa e espreitei também. E estavam a dar as imagens naquele preciso momento”, contou.

Sobre a possibilidade de um atentado no nosso país, o humorista referiu que “Portugal é um país que está na moda”. Por essa razão, “o nosso país tornou-se uma rota turística forte e é falado em todo o mundo.”

 

Carlos Cruz soube da queda das Torres Gémeas por mensagens

Carlos Cruz soube dos atentados de 11 de setembro através de mensagens que recebeu no telemóvel. “Estava a almoçar com um amigo num restaurante e recebi uma mensagem a dizer que um avião tinha embatido nas Torres Gémeas. Passado um bocado, recebi outra mensagem a dizer que outro avião tinha embatido. Aí, achei estranho e liguei a um familiar e perguntei-lhe o que se estava a passar”, começou por dizer.

“Depois de almoço, fui para casa e fiquei estupefacto. Ainda por cima, tinha vivido em Nova Iorque e conheci muito bem as Torres Gémeas. Não achava normal dois aviões embaterem contra as torres”, afirmou, acrescentando que começou a ter alguns receios quando viajava. “No meu subconsciente, havia sempre uma espécie de grilo a perguntar-me: ‘Pode ou não haver a possibilidade de estar aqui algum maluco dentro do avião comigo?’. Cheguei a entrar em aviões árabes e, aí, ficava mais atento dentro do avião às atitudes, à linguagem corporal dos passageiros…”, terminou.

À semelhança da maioria das pessoas, José Figueiras não percebeu, inicialmente, que estava perante um atentado terrorista. “Estava a ver as notícias em casa e, na primeira fase, ninguém percebeu bem. Só depois, à medida em que as coisas se desenrolavam, é que ficámos – o mundo inteiro! – completamente estupefactos e de boca aberta com os acontecimentos. O mundo mudou a partir desse dia”.

O apresentador não escondeu que, desde o dia 11 de setembro de 2001, ficou com receio de um ataque em Portugal. “Sobretudo quando há grande aglomerados de gente, em concertos, em manifestações, em grandes concentrações. Cada vez penso mais nisso, que qualquer coisa pode acontecer”, terminou.

Fotos: Arquivo Impala e reprodução redes sociais
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