Graciete e Ricardo casaram no programa O Noivo É Que Sabe, da SIC, e foram os convidados por Júlia Pinheiro a contar toda a história de amor.
A apresentadora do programa Júlia quis saber se as pessoas foram muito invasivas uma vez que Graciete é cigana. “Os ciganos é que foram mais invasivos. Alguns foram muito cruéis com o que escreveram no Facebook”, começa por dizer.
A jovem confessa que ficou aborrecida com o que leu, mas garante que não está arrependida de ter participado na experiência, até porque a ideia partiu dela. “Os ciganos não merecem isto. Há ciganos de quem eu não gosto. Há o mau e o bom em todo o tipo de gente. Eu sou cigana mas há coisas com as quais eu não me identifico. Nasci numa comunidade que não é própria para mim. Não gosto de certas atitudes que os ciganos têm”, atira, explicando que o facto de “serem machistas”, por exemplo, é uma delas. No entanto, a prima de Ricardo Quaresma [que não vê há muitos anos] reconhece que esta questão “evoluiu muito nos últimos 20 anos”.
“O que sentiu quando soube que Graciete era cigana?”, pergunta a estrela da SIC ao noivo. “É uma mulher como outra qualquer”, responde, com um sorriso no rosto.
A participante do formato da estação de Paço de Arcos, que esteve infetada com a covid-19 no início do mês de outubro, recorda as relações que teve antes de Ricardo. “Eu achava-me feia. Fui casada com um homem que… nunca me bateu, mas às vezes mais valia uma chapada do que ouvir certas coisas. A minha família diz que estou mais gira desde que estou com o Ricardo porque estou com um homem que me valoriza.”
“Sou cigana, não deixo de ter esse rótulo”
Por essa razão, a jovem sentia algumas inseguranças e crises de ciúmes quando conheceu o atual marido: “Sou cigana, não deixo de ter esse rótulo.”
“Com 16 anos fui casada seis meses. O meu pai nem queria, fugi de casa para me casar com ele porque gostava dele. Levei tareia todos os dias e fiquei com um filho nos braços”, conta. Depois, esteve casada 14 anos com o pai da filha, que hoje tem 12 anos. No entanto, nem tudo foi um mar de rosas. “Era um homem que bebia todos os dias, tinha o vício do jogo, gastava tudo o que ganhava e traía-me. Dizia que para estar comigo preferia ir para outro sítio”, lamenta.
Graciete foi avó aos 35 anos e ficou viúva aos 36
“Quando a miuda nasceu ele separou-se de mim completamente. Dormia com ela na cama e ele no sofá. Se eu dissesse, muitos homens iam meter-se comigo. Os ciganos são ‘sem vergonha’. Para me salvaguardar não contei a ninguém. Os meus pais sabiam que eu não mantinha vida de casada. Quando ele morreu a minha mãe pôs-me um luto à cigana… véu, com aquele lenço. Ao fim de 10 meses tirei o luto e comecei a andar com ele [Ricardo]”, continua.
Graciete foi avó aos 35 anos e ficou viúva aos 36. “Já levei muitos pontapés na vida, mas desde que conheci o Ricardo muita coisa mudou”, remata.
Ricardo também esteve casado no passado e é pai de uma menina. “A minha ex-mulher chegou a casa e disse-me que já não gostava mais de mim e que queria o divórcio. Na semana seguinte soube que ela já tinha outra relação”, recorda. O noivo do programa da SIC revela que lhe custa estar afastado da filha.
Graciete admite que não quer “que a filha se case com um cigano”. No entanto, revela que a “pureza” das ciganas a enche de orgulho. “Quero que a minha filha se case virgem, estou a educá-la para isso”, remata.
Texto: Ivan Silva; Fotos: reprodução redes sociais
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