Em “Festa é Festa”, a personagem Bino é um charlatão amado pelos espectadores. Na vida real, o ator Pedro Alves, que lhe dá vida, nada tem que ver com a figura que interpreta na novela da TVI, mas já teve problemas com a justiça portuguesa. O caso remonta há uns “anos largos” e levou o artista a ficar com termo de identidade e residência.
“Foi por causa de uma polícia, que implicou comigo às 07h15 da manhã. Eu ia de mota para a rádio [Nova Era, onde nasceu a dupla Quim Roscas e Zeca Estacionâncio, com João Paulo Rodrigues] e tive um problema com a matrícula”, contou o ator de “Festa é Festa” numa entrevista.
Chateado, Pedro Alves usou a voz que a rádio lhe dava para desabafar. “Quando abri o microfone comecei a desbobinar o que me apetecia. Passado uma hora estavam lá uns agentes para me identificar. Foi uma situação caricata. Fui para o Ministério Público, tive de ir prestar declarações… Mas depois tudo se resolveu a bem. Deram-me a opção de fazer horas de trabalho comunitário ou de doar 400 ou 500 euros a uma instituição de caridade. Doei o dinheiro. Ao menos foi por uma boa causa“, explicou na mesma conversa.
“Festa é Festa” marca a estreia de Pedro Alves em novelas
Em “Festa é Festa”, o ator brilha no papel de Bino. A novela, escrita por Roberto Pereira com base numa ideia original de Cristina Ferreira, a Diretora de Entretenimento e Ficção da TVI, é a primeira de Pedro Alves, que aceitou o desafio de forma “muito rápida”.
“Não pensei na idade. Pensei no desafio”, confessoiu o artista, de 46 anos, à MAGG. “A idade, seja qual for, é uma idade para se ser desafiado. O briefing da novela foi-me muito bem passado pela minha agente. Ela disse-me ‘é uma personagem que é a tua cara’. Ela sabia que, se fosse algo com que eu não me identificasse, nem me chateava. Chateou-me e a coisa foi muito rápida”, prosseguiu.
Pedro Alves confessou ainda que, apesar de sempre ter dito que “nunca iria fazer” novelas “normais, com dramas”, “Festa é Festa” revelou-se “diferente”. Além disso, a ausência dos espetáculos, devido à pandemia de covid-19, que faz há anos com João Paulo Rodrigues deixou-o “ressacado de fazer cenas” desafiantes.
“Não estar na estrada com o João Paulo há um ano provoca carências. Provoca uma estagnação mental. Então, esta novela animou-me a todos esses níveis. Convém dizer isto: eu não conhecia ninguém. Do elenco, conhecia a Ana Guiomar, porque já tinha feito com ela um projeto [‘Desliga a Televisão’, para a RTP1], e conhecia o Joaquim Nicolau [diretor de atores], mas não era destas vidas”, continuou.
“O resto da equipa, aquela malta das novelas, o pessoal técnico, eu não conhecia ninguém. Eu aterrei ali de paraquedas”, acrescentou ainda.
