T V 7 Dias – Está de regresso às canções depois de um interregno de muitos anos. O que se pode esperar deste novo trabalho?
Victor Espadinha – São canções maioritariamente românticas, tenho algumas políticas, cerca de duas ou três, e uma delas comemora os 13 anos em que não sou chamado para a ficção televisiva. Mas eu gosto muito de música romântica. Sou um romântico convicto e, por isso, a maior parte das canções são românticas.
E no que se inspirou para compor?
Nas mulheres! As canções são ficção, não têm nada a ver comigo. Quanto às de teor político, uma chama-se “Tanta Coisa por Fazer e Não Fizeram Nada”. As minhas canções vão ter uma nova roupagem musical, vão ter batidas modernas, novas orquestrações, uma delas orquestrada por um norte-americano. Vou cantar com um americano muito famoso. O Victor Espadinha vai aparecer em grande!
Já há data de lançamento?
Vou entrar em estúdio para gravar as duas primeiras canções. Calculo que o álbum esteja pronto entre setembro e outubro para sair no fim do ano.
O álbum foi totalmente escrito pelo Victor Espadinha?
As letras são quase todas minhas. Já as músicas são de vários compositores. Estou a trabalhar com o Fernando Silva, um guitarrista que trabalhou com a Amália, e tenho músicas do Tozé Brito e de outros compositores.
Recuando no tempo, quando é que se apaixonou pela música?
A música surgiu há muitos anos, quando fiz de palhaço num programa do Raul Solnado, logo a seguir ao 25 de Abril, em 1977, e o Tozé Brito disse-me: “Uma música desse palhaço era a matar”. E então ele fez-me uma música que ainda hoje canto nos meus concertos. Chama-se “Palhaço Até ao Fim”. Começou com essa canção, depois convidaram-me para gravar canções e quando apareceu “Recordar É Viver”, aquilo foi um recorde de vendas. Mas o que eu gosto na realidade é de fazer teatro, é realmente onde me sinto bem.
Há quanto tempo é que não gravava canções?
Há mais de trinta anos. Aproveitei esta pandemia para escrever e quando me convidaram para gravar um álbum já tinha cinco canções feitas. Mas foi muito devagarinho, não havia nada para fazer. Simplesmente brincava com o cão e escrevia poemas.
Texto: Telma Santos (telma.santos@impala.pt); Fotos: Arquivo Impala
(entrevista originalmente publicada na edição nº 1794 da TV 7 Dias)