Padre Borga fala abertamente sobre celibato: «É tão difícil como ser fiel a uma mulher»

José Luís Borga, padre há cerca de 30 anos, esteve no Alta Definição para uma entrevista intimista com Daniel Oliveira. O padre revela que já se apaixonou de forma romântica e fala do celibato.

14 Mar 2020 | 15:37
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Padre Borga foi entrevistado por Daniel Oliveira no programa deste sábado, dia 14 de março, no programa Alta Definição, da SIC. Dentro de um igreja, o famosos Astronauta do programa A Máscara refere que descobriu «a fé na música». Criado no seio de uma família católica, entrou no seminário com apenas 18 anos e confessa que passou «dois anos a resistir». «Porque não ser padre?», foi a questão que o fez avançar e seguir o caminho da fé, a decisão da sua vida que lhe deu «alegria» e «paz».

Para o religioso, esta vida não é de renúncia, mas sim «uma resposta».«Quem escolhe, normalmente, engana-se muito. Isto é uma resposta, somos escolhidos. Eu não sou padre porque quero, aceitei o chamamento», começa por referir.

Sem pudores, o padre partilha a sua opinião relativamente ao celibato. «Devia ser uma questão em aberto?», questiona-lhe Daniel Oliveira. «É sempre uma questão em aberto, tanto é que ela está sempre em discussão, mas é por ser questão que ela se torna tão importante. A vocação ao celibato é um chamamento que temos de ver que é tão difícil como ser fiel a uma mulher. É muito dificil ser fiel. A Igreja escolhe para o ministério sacerdotal homens que tenham sinais vocacionais ao celibato. A igreja ocidental acha que a função de encaminhamento espiritual, de testemunho, de disponibilidade, de liturgia, é mais capazmente desempenhada por homens celibatários», afirma.

«Quem pensa viver a vida mais ao nível do amor humano, no sentido mais carnal, de geração de filhos, é outra vocação tão válida como esta. E é exatamente por ser diferente que ela é tão válida. É tão difícil encontrar vocações ao celibato como as vocações ao casamento. Se é vocação, ela tem tudo para dar certo», acrescenta.

«Se ela olhasse para mim e eu olhasse para ela era certinho como a água»

 

«Alguma vez se apaixonou no sentido romântico?», perguntou o Diretor-Geral de Entretenimento da Impresa. Padre Borga dá uma resposta surpreendente: «Tive paixões dessas. Se ela olhasse para mim e eu olhasse para ela, era sinal que aquilo era certinho como a água». Porém, o católico explica que nunca se deixou «arrastar» por essas paixões. «A paixão, no sentido romântico, nunca me arrastou. Sempre fui fiel à paixão que me arrasta. Quando eu gosto muito de uma pessoa, sinto que seria empobrecedor, quer para ela, quer para mim, que essa relação fosse a significativa da minha vida». 

Aos 55 anos, José Luís Borga, confessa que «todos os padres que estão na igreja é por amor». «Esta coisa de eu ser livre, até para aqueles que não gostam de mim, dá-me uma firmeza na minha vocação. É uma paixão como outra qualquer, a gente não vem por aqui sem ser por amor». 

Mas nem só de qualidades é feito um padre. Borga declara que sofre do ‘mal’ de muita gente no que toca a defeitos e aponta a «preguiça», a «indisponibilidade de aceitar os defeitos das pessoas» e «a mania que eu tenho de ser um bocadinho impaciente» como os aspetos menos bons na sua personalidade.

Texto: Inês Borges/ Fotos: DR

 

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