O pai de Joana e Mariana Mortágua, deputadas do Bloco de Esquerda, está dado como desaparecido desde a manhã deste domingo, dia 9 de janeiro, em Alvito, Beja. Camilo Mortágua tem 87 anos e o alerta foi dado às autoridades pela mulher.
A notícia foi avançada pelo JN ao início da noite. A publicação avança que a GNR e os Bombeiros de Alvito realizaram várias buscas ao longo do dia, mas não encontraram vestígios do pai de Mariana Mortágua, nem da viatura que conduzia. A mulher deu pela sua falta quando este não chegou ao destino e, ao ligar-lhe, percebeu que o telemóvel estava desligado.
Este jornal refere ainda que foi feita uma denúncia de que o carro de Camilo Mortágua estava abandonado no Fundão, mas a viatura encontrada não era a do pai de Joana e Mariana Mortágua.
Camilo Mortágua nasceu em Oliveira de Azeméis, em 1934, mas vive em Alvito há quase 40 anos. Foi nesta localidade alentejana que nasceram as duas filhas. Em 1961, o antifascista português ficou conhecido pela sua participação no desvio do paquete Santa Maria, que viajava para Miami, nos Estados Unidos, com mais de 300 tripulantes, e no desvio de um avião da TAP.
Depois do 25 de abril, o pai de Joana e Mariana Mortágua participou na ocupação da herdade da Torre Bela, na Azambuja, propriedade do Duque de Lafões. A 10 de junho de 2005, Camilo Mortágua foi condecorado pelo então Presidente da República Jorge Sampaio, como Grande Oficial da Ordem da Liberdade.