Pai de Marisa Cruz morto a tiro em fuga à polícia

Marisa Cruz falou pela primeira vez sobre o passado traumático e da sua relação tensa com os pais. Há seis anos, a sua TV 7 Dias contava-lhe em primeira mão tudo sobre a morte do pai da ex-manequim.

21 Set 2019 | 18:50
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Em novembro de 2013, a TV 7 Dias revelava-lhe em primeira mão que o pai de Marisa Cruz, Manuel Evangelista, morreu de forma trágica em 1985.  Após anos de silêncio, este sábado, 21 de setembro, a apresentadora falou pela primeira vez sobre o pai, revelando também pormenores dramáticos da sua relação com a mãe. Em entrevista ao programa da TVI Conta-me como És, a ex-Miss Portugal revelou que a mãe a deixou sozinha quando tinha 17 anos.

«Comecei a viver sozinha com 17 anos. A minha mãe mudou-se para Londres, ela queria que eu fosse com ela e eu não quis», contou, confessando que esta foi a decisão que a deixou «em paz».

«Parece um bocado cruel mas foi como eu me senti… Senti-me em paz. A partir daí, tive de cuidar de mim mas isso era algo que eu já conseguia fazer. Mantínhamos o contacto mas não era algo que me fizesse bem, chocávamos muito…», recordou.

Aos 45 anos, Marisa Cruz diz ter percebido que há erros que uma mãe não pode cometer. «Chocávamos mas eu ainda aceitava porque era a minha mãe – e é a minha mãe – mas depois de ser mãe, comecei a perceber que há certas coisas que não se podem fazer. Eu cometo erros como mãe, mas há erros que não são admissíveis», reforçou.

Marisa Cruz recordou também a morte do pai, de quem tem poucas memórias. «Eu soube,tinha oito, nove anos e a maneira como soube foi um bocado violenta e traumática. É um dos momentos da minha vida que eu recordo, infelizmente», disse.

«Foi no meio de uma discussão da minha mãe com o meu padrasto. Eles já sabiam que ele tinha morrido, e ele [o padrasto] vira-se para mim e ‘atira aquela bomba’: ‘tu estás a olhar mas nem sabes, o teu pai já morreu’. Eu desatei a chorar, a correr… São coisas que nenhuma criança deveria passar», revelou.

Marisa revela ainda que a última memória que tem do pai é na prisão. «Ele estava preso, não sei muito bem porquê… Lembro-me de o ter visitado com a minha mãe, é a última memória que tenho dele, e de ele me ter oferecido um fiozinho de ouro», recordou, em lágrimas.

 

Pai criminoso e morto em fuga

 

(reportagem originalmente publicada na TV 7 Dias 1390, novembro de 2013)

Sempre discreta no que diz respeito à sua vida privada, Marisa Cruz tem conseguido proteger a sua história familiar, as suas origens. No entanto, a TV 7 Dias foi descobrir o que a apresentadora tem estado a ocultar todos estes anos: o pai, um criminoso condenado pela Justiça e morto a tiro pela polícia brasileira, e os meios‑irmãos do lado do progenitor, que a ex‑manequim recusa reconhecer como família.

Segundo a certidão de nascimento, Marisa Cruz nasceu em Angola e é filha de Dulce da Cruz e de pai incógnito. Ainda assim, em algumas entrevistas, a ex‑manequim falou do progenitor, entretanto já falecido, sem adiantar grandes pormenores.

Contudo, fomos saber quem era afinal o pai da apresentadora e descobrimos que se chamava Manuel
Evangelista. O mesmo nos confirmou Hermínio da Cruz, o avô materno, que salienta, porém, que foram poucas as vezes que o viu. «Só deve ter estado com ele umas duas vezes. E na última foi quando ele foi lá largar a miúda connosco, lá em Luanda. Depois disso, nunca mais nos apareceu à frente.»

Conhecido também como Manuel Teddyboy, o pai de Marisa foi muito falado nos jornais na década de 80,
mas pelas piores razões. Criminoso de alto gabarito, o Teddyboy saiu da sua zona de conforto, Mirandela,
a cidade onde foi criado, e andou a espalhar o terror de norte a sul de Portugal, e até pelo estrangeiro.

Segundo Aurora Correia, com quem teve também uma filha, «o pai dela não era uma pessoa muito
recomendável do ponto de vista social. Algumas das notícias que tive depois de a Marta nascer foram através dos meios de comunicação social. Ele tinha um passado estranho, estava ligado a alguns grupos pouco recomendáveis. Ele era um criminoso, fazia tudo em Lisboa, Porto, França, por aí».

A TV 7 Dias encontrou um dos recortes de jornal, neste caso do Expresso de 18 de dezembro de 1993, onde surge uma reportagem sobre as condições de vida nas prisões. Neste artigo é entrevistado um ex‑recluso, José Gualter da Silva, que em 1982 estava encarcerado no Estabelecimento Prisional de
Paços de Ferreira, a mesma prisão onde estava Manuel Evangelista, que se evadiu nesse ano, juntamente
com Didier Maxam e Raul da Glória.

Em declarações ao referido jornal, o ex‑presidiário explica que «eles também me tinham convidado
a fugir. Mas eu estava à espera de sair em condicional, preferi não arriscar, feito palerma». Manuel Evangelista viria a falecer três anos mais tarde, no Brasil, «a tiro numa fuga da polícia», segundo nos explicou Aurora. Aliás, na mesma notícia do Expresso vem explicado que Manuel Teddyboy morreu «baleado com cinco tiros na cabeça, no Rio de Janeiro».

Texto: Sofia Santos Cardoso e Carla Ventura | Fotos: redes sociais

 

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