Parabéns, Manuel Luís Goucha: Apresentador celebra 67 anos e promete fechar ciclo em 2022

Manuel Luís Goucha faz, neste dia de Natal, 67 anos. Motivos para celebrar não lhe faltam: estreou o seu primeiro programa em nome próprio e recebeu um desafio surpreendente de Cristina Ferreira.

25 Dez 2021 | 9:13
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Manuel Luís Goucha está de parabéns. O apresentador completa, este sábado, 25 de dezembro, dia de Natal, 67 primaveras num ano particularmente marcante para a sua vida profissional.

Vamos a factos? O ano de 2021 entra para a história de Manuel Luís Goucha como aquele em que passou a assumir, ao fim de mais de três década de carreira, a condução do primeiro programa em nome próprio. “Goucha” estreou-se no passado dia 4 de janeiro, tendo sido uma das primeiras novidades da TVI na era de Cristina Ferreira como Diretora de Entretenimento e Ficção.

Os resultados estão à vista. Ainda que com oscilações, o apresentador tornou o horário em que o seu formato é transmitido mais competitivo do que estava (Fátima Lopes, agora na SIC, era a dona das tardes da TVI). E a liderar várias vezes, derrotando a sua amiga Júlia Pinheiro. Mas o consagrado comunicador já deixou uma garantia publicamente: audiências não lhe tiram o sono. Ganhe ou perca.

Mas o ano que agora está prestes a terminar fica também marcado por outro acontecimento na carreira de Manuel Luís Goucha. Em setembro, a 48 horas da estreia de mais uma edição do “Big Brother”, a TVI anunciava o que já se previa: ao lado de Cláudio Ramos, o apresentador era aposta de Cristina Ferreira para a condução do reality show que teve como premissa romper com o passado.

A Diretora de Entretenimento e Ficção da estação de Queluz de Baixo salientou, mais do que uma vez, que aquela dupla entrava para a história da televisão portuguesa como a primeira formada por dois homens à frente de um programa daquele género televisivo. Contudo, não entrou para a lista dos sucessos redundantes da TVI: líder no seu horário em algumas galas, sofreu para alcançar esse lugar, primeiro devido a “Quem Quer Namorar com o Agricultor?” (SIC) e, logo depois, a “The Voice Portugal” (RTP1).

O ano de 2021 ficou ainda marcado pela consolidação da faceta que Manuel Luís Goucha mais gosta de assumir em televisão: a de entrevistador com tempo para grandes conversas. Quem em “Goucha”, quer em “Conta-me”, cuja condução divide alternadamente com Maria Cerqueira Gomes. E com um apresentador a destacar, vezes sem conta, o privilégio que é ter 40 minutos para conversar com alguém em televisão.

Dois desses momentos são apontados pelo próprio comunicador como os mais marcantes da sua carreira, não só pelo impacto que tiveram em si a nível profissional, mas também pessoal. “A conversa com o Tony Carreira e a conversa com a mulher do Pedro Lima, a Anna Westerlund”, disse, recentemente, Manuel Luís Goucha. A primeira refere-se à entrevista – a primeira – dada pelo cantor após a morte da filha, Sara Carreira, em dezembro do ano passado. A segunda remete para a conversa que teve com a ceramista após a morte do ator, em junho do mesmo ano.

“Foram os momentos mais difíceis e que exigiram… eu não dormi bem nessas duas noites porque é tratar a dor da perda de uma filha e a dor da perda de um homem que nós todos amávamos, tratar com pinças, tratar com dignidade, tratar sem beliscar a dor, tratar sem escarafunchar a dor. A televisão vive muito do escarafunchanço e eu recuso-me a isso”, explicou.

Dizer que a carreira de Manuel Luís Goucha se confunde, em diversos momentos, com a trajetória da televisão portuguesa no século XXI não será, certamente, um exagero. Todavia, o expoente maior da TVI já foi avisando, nos últimos meses, de que pode estar para breve “o Goucha” conforme o conhecemos.

Há, claro, uma razão para isso: o contrato de exclusividade que o liga ao canal de Queluz de Baixo termina no final de 2022. Depois, disse o próprio, o apresentador quer “usufruir da sua velhice” no seu segundo (mas cada vez mais primeiro) chão: o monte que detém na vila alentejana de Monforte.

Daqui a um ano, dizemos-lhe adeus? Ou apenas um até já?

 

Texto: Dúlio Silva; Fotos: Arquivo Impala e reprodução redes sociais
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