A gravar a temporada de verão de “Festa é Festa” no Algarve, Pedro Teixeira prepara-se para gozar o seu primeiro período de férias grande, desde que abraçou a novela da TVI há dois anos e meio. E não esconde que lhe vai saber muito bem apesar de frisar que “desgaste não há”.
O que existe sim é uma sensação que vai ser bom para, diz, “irem refrescar todos um bocadinho para casa, porque estamos aqui todos juntos há dois anos e meio e há dias melhores e piores como em tudo e como gravamos tantas horas sinto que esta paragem vai-me saber bem.” A paragem vai servir para todos para se preparem para o que aí vem, na sétima temporada da novela da autoria de Roberto Pereira. “Não percebo onde é que eles arranjam mais história, mas a verdade é que o Roberto e a Eva,desde o início que nos têm surpreendido todos os dias. É fácil gravar, é uma coisa leve, mas estas férias vão mesmo saber muito bem. Vamos parar”, reforça.
O desejo pela pausa não pode ser confundido com vontade de acabar o projeto, até porque no dia que terminar “Vamos ter saudades. Esta, até pelo tempo de novela, vamos sentir falta e teremos saudades. Mas, é o nosso trabalho. Mas isto ainda vai demorar muito tempo a acabar. Isto já faz parte das nossas vidas.”
Três frentes intensas
Para além de “Festa”, o ator conduz o formato de final de tarde Vai ou Racha e ainda vai recuperar o seu Simão, no regresso de Morangos Com Açúcar. Pedro diz que está a ser “muito intenso”, mas a TVI tem-lhe facilitado a vida. “Felizmente as três produções estão muito organizadas, com datas, com o respeitar uma folga por semana. Umas vezes gravo mais umas coisas, outras vezes gravo mais outras, mas está tudo bem esquematizado para que quando eu chegue nunca se perca muito tempo”, explica.
A dois anos de completar 20 anos de carreira, o ator nunca pensou vir a ser um dos rostos mais importantes do canal. “Nós nunca imaginamos o que é que vem. Eu tive muita sorte. Estou desde 2004 na TVI e sempre tive projetos atrás uns dos outros e nunca tive muito tempo parado e depois acabei por assinar o contrato com a TVI e foi uma coisa que se foi prolongando” conta. O momento que atravessa na carreira é bom mas não deixa confortável. “Eu sou assim, tenho estas incertezas e preocupo-me sempre com o futuro e não sei como vai ser. Agora está tudo bem, mas não sei como vai ser daqui a um ano ou dois e essa incerteza, apesar da segurança que me vão dando e transmitindo todos os dias, está aqui sempre escondidinha”, revela que confessa ainda: “Nunca dou nada por garantido. Esse é o erro maior. Felizmente, desde que comecei, tenho tido a sorte de trabalhar com bons profissionais. Alguns ficaram bons amigos e as pessoas com quem eu vou trabalhando vou fazendo um esforço para aprender com elas todos os dias.”
O novo Simão de “Morangos”
Prestes a regressar ao seu primeiro personagem, Simão, o ator de 42 anos regressa ao passado e conta não será tão fácil de fazer como o Tomé, que já respira há dois anos e meio. “Porquê? Eu na altura quando fiz os ‘Morangos’, zero formação, tivemos os ensaios com a Manuela Maria e fomos gravar. Não criámos nada, aquilo era o Pedro a tentar desenrascar as falas que iam aparecendo para fazer. Foi isso, o Simão. Era o Pedro com 24 anos a fazer um papel na televisão. Qual é que é a grande dificuldade aqui, é perceber que o Pedro com ator mudou bastante e perceber como é que é o Simão passados 20 anos”, revela. Agora terá de construir um novo Simão a partir da linha histórica que encontraram, na qual estará presente a relação tensa que tinha com o pai e onde ele agora será também pai. Este regresso “é nostálgico, como foi o concerto dos D’ZRT no pavilhão Atltântico. Foi um momento muito especial, porque revivemos muitas coisas, vieram-nos muitas lembranças à memória e é sempre especial ir gravar os ‘Morangos’”, não esconde.
As diferenças entre a série do passado e a nova, para o ator, são enormes. “Eu olhar para o meu elenco dos ‘Morangos’ e olhar para a forma como nós fazíamos ‘Morangos’ e eu fui lá gravar uma cena, mas fiquei a ver os miúdos a trabalhar e eles são bons atores. O núcleo duro é muito bom” e Teixeira diz que os protagonistas são eles. “A história não é do Simão, não é da Soraia, é um bocado do Crómio mas, não é do Cifrão, do Zé Milho. A história destes ‘Morangos’ é a história destes miúdos novos”, avisa.
Pedro conta ainda que quando chegou às gravações sentiu uma “aura diferente” porque, aos olhos dos novos atores, os mais velhos foram quem começou tudo. Mas isso não o faz sentir-se um cota e termina com uma história. “No jantar que nós fizemos antes de começar a gravar, e não havia lugar marcados, eram três mesas com o elenco mais novo, depois estava o Antunes, realizador, o Marco Medeiros e o diretor de atores, estava eu, a Rita e o Castro numa mesa à parte. Às tantas houve um miúdo, que eu não vou dizer quem foi, que chegou e já não tinha lugar na mesa e disse: ‘vou ficar na mesa dos pais’. É normal, agora é a vez deles e são mesmo bons”, conclui.