“Péssimo aspeto. Pessoa perturbada”: Agir é alvo de sérios julgamentos e contra-ataca

Agir expôs um comentário recebido por um seguidor sobre o seu aspeto físico e que associa o facto de o cantor ser tatuado ao mundo das drogas e da saúde mental. E fez uma longa reflexão.

06 Jul 2021 | 17:20
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Agir não resistiu a partilhar um desabafo sobre um comentário que recebeu relativo ao seu aspeto físico e que associou o facto de o cantor ser tatuado ao mundo das drogas e da saúde mental. Num vídeo divulgado nas redes sociais, o artista, de 33 anos, respondeu com um alerta sobre prejulgamentos.

“É, no mínimo, repudiante. Está com péssimo aspeto”, começa por dizer um seguidor de Agir. “É compreensível que ele não se sinta bem com o corpo e com a aparência dele e se refugie nas tatuagens e nas drogas, mas dá um péssimo exemplo às pessoas mais novas que o seguem. Ele devia ser ajudado urgentemente. Todos os sinais de uma pessoa perturbada interiormente estão lá”, acrescentou.

O filho da atriz Helena Isabel e do cantor Paulo de Carvalho acusa quem o critica de “preconceitos e estereótipos que, se calhar, valem a pena desmontar”. “Ele junta um problema de saúde mental com tatuagens e drogas. Portanto, quase como se uma pessoa, quando tem problemas de saúde mental, automaticamente quer fazer tatuagens e, claro, dá nas drogas”, refere o cantor.

Agir exemplifica com aquela que diz ter sido a “fase mais boémia e mais maluca” da sua vida. “Curiosamente, nessa fase, não tinha uma única tatuagem. Com 20 anos, abandonei essa vida maluca porque, nada de super grave, mas tive aquilo que quem exagera um bocadinho nisso passa, que são ataques de ansiedade e de pânico. Desde os 20 anos que não toco num cigarro, num copo de álcool, numa ganza, em rigorosamente nada“, frisa.

 

O alerta de Agir: “Com a saúde mental não se brinca”

 

“Mais uma vez, isto é irrelevante para o assunto, mas é curioso que na altura em que eu viva assim e cometia alguns excessos, eu teria a imagem que esta pessoa, se calhar, acha que é a normal. Se calhar, se ele me visse na rua ia achar que eu estava super saudável”, exemplifica.

Agir completa o seu desabafo, recordando que “ter tatuagens não é sinónimo de dar em drogas”. E deixa um alerta: “A parte mais grave disto é a parte de saúde mental. Eu acho que com a saúde mental não se brinca e eu acho que não podemos associar com esta leviandade a saúde mental a coisas como tatuagens e afins. Estou muito bem consigo mesmo e com as suas tatuagens e vocês têm de se sentir bem na vossa pele, seja com tatuagens ou sem tatuagens”.

 

Veja o vídeo feito por Agir:

 


 

“Evacuemos e sigamos em frente”, diz Nuno Markl

 

Na secção de comentários, Carolina Deslandes e Nuno Markl aplaudiram a lição do artista. “Nunca estiveste tão bem, tão em paz e num ponto tão brilhante artisticamente. A tua arte, a tua mulher inacreditável, a tua família, os teus amigos, o teu talento e a tua generosidade fazem com que olhe para ti e para a tua vida com paz e com uma felicidade gigante, porque mereces tudo. Ser tão amado e tão acarinhado por tanta gente que te tem perto”, elogia Carolina Deslandes, declarando que “as pessoas precisam, de uma vez por todas, de entender que as coisas escritas na internet chegam aos outros”. “Não é só a questão da mágoa e do incómodo, é a mentira, o denegrir da imagem e o preconceito gritantes que estão em todo o lado. Para mim, o Bernardo Carvalho Costa nunca esteve tão bonito”, remata.

Já Nuno Markl disse já ter passado pela mesma situação, recordando que “esse tipo de comentário é sempre um auto-santificado exercício de poder” e que “desde sempre” que recebe palavras a “desancar” no seu aspecto físico – “alguns em modo bully, outros em modo excesso de confiança, outros ainda com esse tom santo e falsamente construtivo, mas que é puramente destrutivo e cínico”.

“Há os que adoram mostrar espanto sobre como é que ‘um gajo assim’ consegue ter namorada. Já me chateou mais. Acho que aprendi que as redes não são a vida. São uma amostra minúscula onde se cruza gente boa e gente muito má, mas são um fait divers, um sudoku. O que importa é como uma pessoa se sente fora daqui, e sentindo-se bem e feliz, só tem de fazer uso de uma das melhores invenções das redes: block + delete. E pronto, se existia pouco, agora deixou de existir. Os (quase) 50 anos estão a deixar-me mais blasé. O achievement de palermas como esse é comentar posts. Acho que tanto tu, como eu, como tantos outros, já conseguimos mais qualquer coisa, e muito graças às pessoas boas e gentis que também por aqui andam. Evacuemos e sigamos em frente”, termina.

 

Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: reprodução redes sociais
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