‘Preso’ na Austrália, Sérgio Rossi sofre pelos filhos: «Eles estão muito tristes»

Sérgio Rossi está retido na Austrália e, por isso, impedido de ver os filhos e a restante família. Os filhos do cantor, Iara e Sérgio, mostram-se «tristes e apreensivos» com toda esta situação.

31 Mar 2020 | 21:30
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Sérgio Rossi é um dos muitos portugueses que se vêem impedidos de regressar a Portugal, por se encontrarem retidos no estrangeiro. O cantor encontrava-se, e por lá é obrigado a permanecer desde o dia 11 de março, na Austrália, resultado de uma digressão que estava a fazer pelo país.

Em exclusivo à TV 7 Dias, o sobrinho de Ágata confessou encontrar-se «bem», contudo não esconde a preocupação com a situação vivida, essencialmente, em Portugal. Isto porque, para o cantor, «a situação em Portugal está a ficar fora de controle», ao contrário do que acontece na Austrália em que «as coisas têm evoluído muito positivamente».

Embora o panorama se revele menos assustador naquele país, a verdade é que já são quase 4 mil o número de casos de pessoas infetados com Covid-19, uma doença que já matou 16 pessoas na Austrália

Para o cantor, a distância que é obrigado a manter dos filhos e da restante família «é dolorosa». Os filhos de Sérgio Rossi, Iara, de 15 anos, e Sérgio, «estão muito tristes e apreensivos», com toda esta situação, como nos revela o cantor.

Em que dia chegou à Austrália?
Cheguei a 11 de Março. O primeiro concerto seria a 15, em Petersham, Sydney, na rua, na maior festa portuguesa do hemisfério Sul. Mas como o evento junta cerca de dez mil pessoas na rua ao ar livre foi, por ordem do consulado, direcionado para o Phraser Park, onde não são permitidas na lotação total mais de 500 pessoas.

Viajou sozinho ou com músicos?
Vim para a Austrália sozinho. Normalmente, aqui cantamos com músicos de cá ou mesmo portugueses. Ou então, em situações mais pequenas, com playback instrumental.

Tentou regressar a Portugal?
Sim, supostamente, teria acabado a digressão aqui dia 21 de Março, depois voava para a Nova Zelândia e dia 26 de Março regressava a Portugal. Fui informado pela agência de que os voos tinham sido todos cancelados.

Tem recebido algum tipo de apoio por parte da embaixada portuguesa?
Na Austrália acho que existem cerca de 100 portugueses que pretendem regressar mas as coisas complicaram-se desde que as fronteiras fecharam. A embaixada ainda não conseguiu dar uma resposta sobre nada.

Neste momento, está a viver em casa de emigrantes. Quem são esses portugueses que o acolheram?
São um casal que conheci cá, em 2015, quando vim pela segunda vez à Austrália em digressão e que me receberam como família já na altura. Fizemos amizade e eles vão todos os anos ver-me a Portugal. Foram a Sydney com outro casal – que também são como família aqui para mim – para me verem cantar e prontificaram-se, desde que nos conhecemos, sempre a ajudar.

Depois do concerto de Sydney voei para Melbourne, onde iria fazer o segundo concerto, mas entretanto o governo aqui trancou as portas e a restante digressão ficou sem efeito. Desde essa altura que me ajudaram a manter-me por cá, oferecendo-me as suas casas, como acontece sempre desde que nos conhecemos.

Confesso que me sinto mais seguro onde estou do que num hotel qualquer no centro de Melbourne. Estou numa zona de campo, muito tranquila, onde não existem registos de casos com vírus covid-19.

Como está a gerir a questão financeira, uma vez que não sabe por quanto tempo terá de se manter na Austrália?
Bom, é um facto que não estava a contar ficar por tempo indeterminado mas tento não me preocupar com essa questão para já, enquanto sentir que tenho a situação sob controle. Preocupo-me mais com que Portugal volte ao normal, pois entre abril e maio, segundo o meu manager, já me foram desmarcados 14 concertos, e já estão até a desmarcar em junho. Tenho colegas de profissão com previsões de começarmos a fazer concertos só em julho ou até mesmo só em agosto.

Como é passado o seu dia-a-dia?
Acordo de manhã, tomo o pequeno-almoço e vou treinar ao ar livre, pois no campo creio não ter riscos de contrair o vírus. Almoço e começo a tocar, compor e ler. Às vezes vejo Netflix também.

Mas como estamos a acabar o disco novo tenho estado em permanente contacto com o Ricardo Landum, a ultimarmos as últimas canções que faltam. Sinto que todas as pessoas com quem falo em Portugal estão muito assustadas.

Volto às vezes a treinar à tarde. Depois, vem o jantar e falo com as minha pessoas daí, quando começa a amanhecer em Portugal.

O que diz aos seus filhos? Com estão a reagir ao facto de terem o pai longe?
Falo com os meus filhos diariamente e eles estão muito tristes e apreensivos com esta situação. Encontram-se de quarentena com as respetivas mães, como já é costume quando eu me ausento para digressões no estrangeiro.

No outro dia, senti que o meu filho estava com os olhos humedecidos (em lágrimas) quando lhe disse que não sabia quando poderia voltar. Tento passar-lhes calma, a eles e à minha família.

E os seus pais, como estão a gerir a distância e a preocupação?
Tenho tentado gerir a distância com conversas diárias e tento passar o máximo de tranquilidade possível até porque as coisas aqui na Austrália têm evoluído muito positivamente.

Honestamente, em conversa com a minha irmã – que está fechada em casa com os meus sobrinhos, marido e a minha mãe – sinto que a situação em Portugal está a ficar fora de controle. A minha mãe diz-me para ficar cá, por uma questão de segurança. Mas pela questão afetiva, a distância é dolorosa.

Texto: Marisa Simões; Fotos cedidas por Sérgio Rossi

 

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