Falta de condições! Rita Blanco deixa duras críticas a Conta-me Como Foi

Apesar de Conta-me como Foi ser um formato que ficou na memória dos portugueses, a atriz traça duras críticas à forma como este é feito, apontando uma enorme falta de meios e sobrecarga das equipas.

18 Fev 2020 | 8:30
-A +A

É um formato de referência e marcou o panorama português, mas a série Conta-me como Foi, emitida pela RTP1 nas noites de sábado, é feito com poucos meios. Pelo menos, é essa a opinião de Rita Blanco.

«É uma continuação. Talvez esta série se tenha centrado mais na família e não tenha desenvolvimentos no exterior. Eu senti falta disso. Não só exteriores de rua, mas ter uma relação com outras pessoas, pois deixámos de ter um Carlitos pequeno, o que fazia com que o ‘exterior’ fosse mais ativo, e tive pena que os netos não fossem mais utilizados. Reunir novamente a família foi muito agradável e a parte melhor. Foi isso que sustentou, apesar de tudo, o Conta-me. Por sermos uma família muito unida a nível de trabalho e de afetos, porque senão… quando estamos a produzir uma série temos de ter em atenção que não estamos a fazer uma telenovela», começa por dizer.

«Produzir uma telenovela é uma coisa e produzir uma série é outra e nós temos pouca experiência nisso. Termos tido menos envolvimento exterior tem que ver com a falta de dinheiro. Dinheiro e tempo são muito importantes e fundamentais para a otimização da qualidade de uma série. Uma novela faz uma cena fundamental para um episódio em meia hora. Numa série, uma cena fundamental para um episódio pode levar um dia a gravar e isso faz diferença. Eu acredito que não há condições ou há poucas. Acredito que devemos fazer menos séries, mas fazer bem», explica a atriz.

Quanto a se esses fatores condicionaram o produto final, Rita responde sem contemplações. «Poderíamos ter feito ainda melhor. Eu sou muito exigente, mas tenho muito gosto em fazê-lo. Eu não estou aqui só a deitar abaixo. Estou apenas a alertar que a cada dia podemos evoluir e em cada série podemos ser melhores. É importante que as pessoas estejam conscientes disso. É preciso que estejamos mais atentos para que possamos competir com os outros lá fora. E para isso temos de ter condições; não temos de depender do esforço sobrenatural que fazem as equipas. Todos nós fazemos o pino para conseguir, apesar de tudo, dar o máximo de qualidade.»

Uma sensação que é potenciada pelo aproximar do final das gravações, como constata a própria atriz. «Estamos quase no fim e estamos um pouco nostálgicos. Isso poderá influenciar, mas é importante dizermos as coisas.»

 

Texto: Eduardo César Sobral; Fotografias: Arquivo Impala

 

(artigo originalmente publicado na edição nº 1717 da TV 7 Dias)

PUB