A forma como a SIC e a SP Televisão geriram as gravações da segunda temporada de Nazaré, atualmente em exibição, não foi do agrado de Rogério Samora. O ator, conhecido por não deixar nada por dizer, revela agora que se sentiu «um cavalo a ser chicoteado» e que a «pressão» foi demasiada.
«O que sinto é que, com este projeto, me venderam gato por lebre. Disseram-me que íamos ter mais tempo e que ia ser tudo mais lento mas, ao fim de um mês, esquecemos isso tudo porque era preciso acabar [de gravar] por causa de estruturas e financiamentos», afirma. «Depois, senti que, desta vez, houve mais pressão por parte da produção e dos assistentes de realização para que o trabalho se fizesse e a pressão não é boa para quem trabalha com emoções. Aliás, não é boa em lado nenhum. Deixamos de ser seres humanos e passamos a ser máquinas», prossegue, em entrevista à TV Guia, assumindo que se sentiu «um cavalo a ser chicoteado para chegar à meta».
Samora refere, à mesma publicação, que não gostou de gravar debaixo das regras impostas para travar a pandemia de Covid-19. «Uma novela sem beijos, sem abraços e sem toque não é uma novela. É uma coisa híbrida», critica.
O ator tem contrato de exclusividade com a SIC até ao final deste ano e está, confirma, «em tempo de decisões».
«O amor é uma prisão e bem grande»
Na mesma entrevista, o artista, de 61 anos, diz que continua a viver sozinho por opção. «Eu começo uma relação e começo logo a pensar como é que vou acabar com aquilo. A razão é simples: Não gosto de prisões e, a bem ou a mal, o amor é uma prisão e bem grande», explica.
Samora garante que, agora, se basta a si próprio. «Aprendi isso na terapia que fiz», conta. Recorde-se que o intérprete de Joaquim Gomes na história protagonizada por Carolina Loureiro, José Mata, Afonso Pimentel e Tiago Teotónio Pereira assumiu há cerca de 4 anos ter entrado em depressão. «Havia muita coisa errada comigo. Nomeadamente a ausência de família», desabafa. «O meu coração estavam completamente bloqueado e foi deixando mazelas que depois foi-se refletindo nas relações que fui tendo».
Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Arquivo Impala
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