A rodagem da série da RTP1 Crónica dos Bons Malandros, inspirada na obra de Mário Zambujal, começou a ser gravada no início do mês de agosto e o elenco, composto por Maria João Bastos, Marco Delgado e Rui Unas, entre outros, não podia estar mais entusiasmado!
Depois de a indústria cinematográfica ter estado parada devido à pandemia de Covid-19, as filmagens da série, com realização de Jorge Paixão da Costa, começaram na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no dia 3 de agosto e na quinta-feira, 13, a TV 7 Dias ‘encontrou-se’ com alguns atores para descobrir como estão a correr as gravações em tempos de pandemia.
«Os atores são um bocadinho privilegiados porque não somos obrigados a usar a máscara o tempo todo. Temos de tirar a máscara para ensaiar, para trabalhar, portanto não estamos a sofrer tanto como o resto da equipa, que tem normas mais restritas. Mas tudo se consegue com compreensão, não tem sido nada do outro mundo», disse Rui Unas.
«No Brasil a situação está muito crítica»
É a primeira vez que a atriz brasileira Monica Iozzi, que também entra nesta série, está a gravar em Portugal e não podia estar mais feliz por ter encontrado «a segurança que não existe no Brasil» em tempos de coronavírus.
«No Brasil, a situação está muito crítica. Somos o segundo país com mais mortes, ficando apenas atrás dos Estados Unidos. A política lá está a ser catastrófica em relação à Covid, as ações do governo deixam muito a desejar… Quando soube que vinha para cá, apesar de estar preocupada, sei que Portugal é um dos exemplos no combate e prevenção, então sabia que a equipa ia tomar as precauções necessárias. Sinto-me segura», esclareceu.
Também Maria João Bastos e Adriano Carvalho fizeram questão de fazer rasgados elogios às medidas sanitárias que foram adotadas pela produção da série da RTP.
«Tem sido tranquilo, com todos os cuidados necessários. Tiramos a temperatura todos os dias. Trocamos várias vezes a máscara. É bom fazer parte desta produção», disse a atriz.
«Há muita coragem em avançar com esta produção numa altura destas, em contra-círculo, com todas as adversidades, dificuldades económicas. O nosso setor está desamparado. Não queria entrar por ai, mas estamos a ser amputados constantemente pela política. É preciso coragem. Há pessoas a passar dificuldades gravíssimas, há pessoas a passar fome, é muito grave», fez questão de frisar Adriano Carvalho.
Não se perdeu o contacto
Para Marco Delgado, o mais difícil é «enfrentar as barreiras físicas» que foram criadas, uma vez que o mundo da representação exige «beijos, carinhos e afetos». No entanto, o ator confessou-nos que está satisfeito porque nesta produção «não se perdeu» esse tipo de contacto.
Dadas as adversidades da pandemia, Jorge Paixão da Costa, o realizador da série, não podia estar mais contente com a equipa de atores com a qual está a trabalhar. «É chato andar o dia todo a respirar aquilo que sai dos nossos pulmões, chega-se ao fim do dia muito cansado. Há atores e atrizes que têm medo de ir para além de um certo limite de contacto, mas grandes profissionais que eles são que fazem. Também temos um sistema sanitário de maneira a evitarmos o mais possível o contágio. Somos testados, trocamos de máscaras, lavamos muito as mãos», findou.