Salvador Sobral sobre DOENÇA: «Nunca vou sofrer mais do que sofri naquela altura»

Em 2017, venceu o Festival da Eurovisão e recebeu um transplante de coração. Quase dois anos depois, Salvador Sobral recorda a altura mais difícil da sua vida.

14 Mar 2019 | 11:40
-A +A

Participou – e venceu – no Festival da Eurovisão em 2017, apesar de, na altura, sofrer de insuficiência cardíaca. Seis meses depois de ter vencido o concurso, Salvador Sobral recebeu o transplante de coração pelo qual aguardava e começou «uma nova vida».

Pouco mais de um ano depois de ter recuperado a saúde, o músico lança, no final do mês de março, um novo álbum, intitulado de Paris/Lisboa. A cirurgia mudou o artista a nível pessoal mas também profissional. «Ainda há coisas a fazer. [A voz] Não está lá, como queria que estivesse. Houve muitas mudanças no meu corpo e afetou a minha voz», revela.

Leia ainda: Salvador Sobral afirma: «A Eurovisão foi a minha prostituição»

 

Esteve internado durante seis meses e essa altura foi extremamente «dramática». «Foi terrível mas acho que a coisa boa disto é que nunca vou sofrer mais do que sofri nessa altura. Foi [uma dor] psicológica e física. Mas foi essencialmente sofrimento físico. Ainda não posso visitar aquilo com tranquilidade. Cada vez que visito aqueles dias começo a ficar nervoso, angustiado e com muita tensão. Ainda não ultrapassei», conta em entrevista a Vítor Gonçalves, na Grande Entrevista, da RTP3.

Apesar de tudo o que de negativo a doença lhe trouxe, o vencedor da Eurovisão revela que existiu um lado positivo. «A doença ajudou-me bastante a ver as coisas de outra forma. Nunca fico nervoso para cantar porque eu fico nervoso para fazer uma biópsia. Aquilo é que não sou eu que controlo. Nunca fiquei [nervoso] porque tinha outras coisas para me preocupar. Essas pequenas coisas são situações em que a doença ajudou», assegura.

Sobre essa altura, o cantor recorda ainda: «No hospital deviam pensar que era narcisista porque estava sempre a ouvir-me e a cantar por cima para aprender porque houve muitas mudanças aqui [no diafragma], onde se apoia a voz»

Texto: Sílvia Abreu| Fotos: Redes Sociais
PUB