Sandra Barata Belo é um rosto bem conhecido do grande público e o seu nome costuma ser associado a grandes vilãs na ficção, com destaque para a implacável Verónica, na novela Nazaré. Agora é Rosa, uma enóloga em Flor sem Tempo. “Este trabalho veio na altura certa, estava a precisar de uma personagem menos composta, mais leve e acaba por ser um desafio também”, começou por dizer.
A artista continuou: “Às vezes as personagens mais compostas acabam por nos moldar. A Verónica tinha um estilo muito marcado. Esta é diferente, é uma mulher comum que podia ser qualquer uma de nós. E isso é bom, às vezes até é difícil fazer este género mais perto da normalidade”.
A atriz acrescenta ainda: “A Rosa está a ser interessante. Gosto imenso daquelas cenas em que tenho que lhe dar vida e é toda uma preocupação para mim aquele ritual que compõe os enólogos e as provas. Acho essa parte da personagem muito interessante. Depois tem todo o seu conflito, a sua polémica pessoal que também estou a gostar”, revela.
Para dar um maior rigor ao seu desempenho, passou por um processo de estudo. “Tive preparação para percebe melhor o que um enólogo faz. Estivemos no José Maria da Fonseca, com um enólogo vários dias, também conversamos com a família e entramos nesse universo dos vinhos que é apaixonante e super complexo”, afirma, salientando: “Uma pessoa quando abre uma garrafa de vinho não tem noção do que está para trás, sé o trabalho de muitos anos que estão ali implicados naquele vinho que estamos a beber.”
“As pessoas olham para mim e só vêem drama”
Na novela a sua personagem vive um romance conturbado, por causa dos filhos de ambos, com António, papel de Gonçalo Diniz. “É maravilhoso. O Gonçalo é um super colega, gosto imenso de estar com ele, é uma pessoa super profissional, respeita-me imenso, esta a ser muito boa a parceria.”
A sua personagem não passa despercebida e e atriz tem tido um bom feedback do público, como conta a própria: “Dizem-me que gostam muito da história, já tive mães que me disseram que não devemos fazer aquilo pelos filhos, que temos que ter a nossa vida. Foi uma mãe super revoltada que veio ter comigo e que não concorda com a atitude da personagem porque damos tudo aos filhos e esquecemo-nos de nós, aquele dilema das mães. No outro dia passei em Azeitão e as pessoas disseram-me que gostam muito da minha enóloga. Por acaso estou surpreendida porque estou a ter muitas abordagens. Acho que toda a gente vê a novela e é positivo.”
A atriz acredita que o sucesso da novela se deve a vários fatores. “Começa sempre no texto, a história tem que ser bem escrita e depois ter bons atores para a interpretar. É um elenco poderoso e estou muito contente por fazer parte.”
Com mais de duas décadas de carreira, no teatro, cinema e televisão, Sandra Barata Belo afirma que ainda lhe fazer muita coisa na representação. “Gostava muito de fazer comédia. Acho que as pessoas olham para mim e só veem drama. Devo dar vontade de chorar, mas eu gostava muito de experimentar a comédia mais acentuada. Já fiz pequenas coisas mas têm-me usado pouco para isso.”
Esta personagem permite-lhe ter mais tempo livre e a atriz considera uma mais valia nesta fase da sua vida. “É bom porque tenho crianças pequenas e tenho toda uma vida. Eles tem dois e cinco são pequeninos. É bom ter uma incidência assim mais moderada. Tenho tempo para outras coisas, tenho sempre muitos projetos na minha cabeça. Assim que as gravações da novela terminarem vou de férias em família e depois tenho um segundo semestre bastante preenchido.”
Leia ainda: Na pele de uma enóloga: Sandra Barata Belo explica personagem da nova novela da SIC
