Chegou ao fim a polémica em torno da alegada interferência em duas reportagens do programa de investigação da RTP1 Sexta às 9. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social decidiu arquivar o processo contra a ex-diretora de informação Maria Flor Pedroso, por considerar que não existem provas que suportem as alegações feitas por Sandra Felgueiras, que lidera a equipa do Sexta às 9.
Maria Flor Pedroso mostra-se «satisfeita» com esta decisão do regulador. «Este arquivamento veio provar que esta história estava, de facto, mal contada. Isto é, não houve pressão politica nem irregularidades na minha direção, não houve violação da liberdade de imprensa nem do direito à informação nem intervenção do poder político na linha editorial que segui enquanto diretora de informação da RTP», disse em declarações à Antena 1.
Caso Sexta às 9: do lítio às demissões
Este é o desfecho de um caso que se arrasta desde setembro de 2019. Nesse mês, em plena campanha eleitorial para as legislativas, Eduardo Cintra Torres escreve uma crónica no Correio da Manhã, alegando que o Sexta às 9 foi suspenso por motivos políticos, algo que a RTP negou.
Depois, surgiram alegações de que Maria Flor Pedroso teria adiado a emissão de uma reportagem sobre a exploração de lítio, peça jornalística que envolvia membros do governo de António Costa. A 11 de dezembro, numa reunião do CR, Sandra Felgueiras acusou Maria Flor Pedroso de ter transmitido informação privilegiada a Regina Moreira, diretora do Instituto Superior de Comunicação Empresarial, que estava a ser alvo de uma investigação do Sexta às 9.
O caso chegou à Assembleia da República e tanto Sandra Felgueiras como Maria Flor Pedroso foram ouvidas numa comissão parlamentar. Maria Flor Pedroso rejeitou as acusações mas, a 16 de dezembro, colocou o lugar à disposição. Com Maria Flor Pedroso caiu também a restante direção de informação da RTP, liderada agora por António José Teixeira.
Texto: Raquel Costa | Fotos: redes sociais e Arquivo Impala