“Só chorava”: Liliana Campos desabafa sobre morte da mãe e menopausa precoce

Liliana Campos abriu o coração para falar sobre o diagnóstico de depressão após a morte da mãe e sobre a menopausa precoce.

13 Jun 2022 | 13:50
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Liliana Campos foi, durante quatro anos, a cuidadora da mãe, que ficou “completamente dependente” depois de ter sofrido um AVC. A apresentadora do “Passadeira Vermelha”, da SIC, acabou por ser diagnosticada com uma depressão depois da morte da progenitora e, numa entrevista intimista a uma publicação nacional, abriu o coração para falar sobre este período doloroso.

“Só quando já não temos o pai e a mãe é que sentimos o que é que é realmente ser órfão. Quando a minha mãe partiu, ficou um buraco enorme que eu tive de o saber preencher e ainda estou nesse processo. Nada me conseguia satisfazer, só chorava. Achava que quem tinha depressões era quem tinha tempo, e na verdade achava que era para pessoas mais fracas”, começou por dizer, ao Observador.

“A minha mãe teve um AVC e ficou completamente dependente. Entras numa espiral para que nada falhe. Esqueces-te de ti, mas não te apercebes de que te estás a esquecer de ti”, acrescentou. Liliana Campos confidenciou que, naquela altura, não podia deixar de trabalhar porque precisava de dinheiro para ajudar a mãe: “Tens de continuar a trabalhar, não tens dinheiro, não tens ninguém que te ajude. O dinheiro todo que tu ganhas, praticamente, é para ali.”

Quando foi confrontada com o diagnóstico de depressão, a comunicadora teve de “repensar muita coisa” na sua vida. “Quando estamos mal, não podemos ajudar as outras pessoas como queremos. Tinha essa necessidade de ser forte, vivia numa ansiedade enorme para que nada falhasse. Isso ajudou-me numa determinada altura, mas se não tivesse a mania que era forte, se calhar podia ter deixado que tomassem mais conta de mim…”, admitiu.

Liliana Campos e a menopausa precoce: “Achei sempre que ia ser mãe”

Pouco tempo depois, Liliana Campos descobriu que estava com uma menopausa precoce, algo que a deixou ainda mais triste porque sempre teve o sonho de ser mãe. “Os médicos alertaram, que eu não podia deixar de viver a minha vida, e que era importante não deixar passar a vida ao lado. Não ouvi (…). Quando soube que estava com uma menopausa precoce, disseram-me que era devido ao stress que estava a viver naquela altura. Achei sempre que ia ser mãe. Dava por mim a achar que as coisas melhoravam e que quando melhorassem eu, então, ia ser mãe e ia ser muito feliz…”, contou.

“Tenho um instinto maternal muito forte, gosto muito de crianças. E achei sempre que ia ser mãe. Tive muitos porquês. Porque é que eu não fui mãe? Porque é que a minha mãe teve de sofrer tanto? Mas, depois, as coisas têm um propósito”, disse ainda.

Hoje em dia, Liliana Campos reconhece que o que a “atirou” para uma depressão e para a menopausa precoce foi ter sido “forte” quando não tinha de o ser. “Já não quero ser forte. Já fui forte e não foi o melhor. Já não quero ser forte, quero só ser eu”, findou.

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Redes Sociais
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