Depois de uma passagem pela SIC, onde integrou o elenco da série “Golpe de Sorte”, José Carlos Pereira está de regresso à casa onde se estreou na representação com “Festa é Festa”.
“É muito bom voltar à TVI e num projeto com este cunho. Adoro humor e humor bem feito. Sempre gostei de bailarico, sempre fui à terra do meu pai no primeiro fim de semana de setembro e este ano vou levar os meus dois filhos lá, se houver festa. Está prometido”, conta. Na trama, José Carlos Pereira dá vida a Sôtor, um papel que conhece bem na vida real. “Na parte técnica não precisei de fazer uma grande pesquisa. Estamos a transpor da realidade para a ficção.”
Como José Carlos Pereira concilia carreira de médico com “Festa é Festa”
As gravações da novela “Festa é Festa” ocupam-lhe bastante tempo, mas o ator afiança que consegue conciliar com a carreira de médico. “Tem de ser de uma maneira bem organizada, dormindo poucas horas… trabalho três dias por semana aqui e três dias por semana na clínica. Folgo ao domingo.” E também a logística em casa, com o filho, tem de ser bem organizada. “Chego a casa às 20h00, fico com o Tomás até à meia-noite, que é a hora da birra. Felizmente, adormece e dá-nos noites mais ou menos tranquilas. Acordo cedo, vou treinar às sete, volto a casa para um duche e vou trabalhar. O domingo é para a família.”
Contudo, nem sempre foi fácil, como José Carlos Pereira explica: “O ano passado foi mais complicado, trabalhava a 160 quilómetros de Lisboa, e só quando parei é que percebi como eu estava mesmo cansado. E ainda estou. Preciso mesmo de tirar umas semaninhas, não sei se consigo tirar agosto. O ano passado foi muito violento, dormia três horas. Mas sinto-me grato por ter saúde e conseguir fazer aquilo de que gosto.”
José Carlos Pereira: “Posso ser médico, mas vou ser eternamente ator”
Sobre se a personagem em “Festa é Festa” tem algumas semelhanças consigo, assume: “Sou ícone pelas boas e más razões. Aprendi a saber brincar comigo próprio, se não o tivesse feito não tinha acabado o meu curso e estava fechado em casa a olhar para as quatro paredes. Aprendi a levar a minha vida sem ouvir os cães que ladram. Podia estar tranquilo como médico, mas não consigo deixar de ser ator”, adiantando ainda que já o ponderou bastantes vezes.
No entanto, José Carlos Pereira frisa: “Nunca disse que ia abandonar isto, eu sei o que sinto. Quem gosta realmente de representar, nunca vai deixar de o fazer. Posso ser médico, mas vou ser eternamente ator. Quero ser bom nas duas coisas.”
Zeca considera estar a “viver uma excelente fase” e, apesar de ser “muito feliz” com o seu papel de pai, não pretende aumentar a família. “Quem diria, o Zeca com dois filhos, mas fechei a loja, não quero mais filhos. Tenho 42 anos, tenho muito trabalho. É preciso ter alguma disponibilidade financeira e emocional para estar com dois filhos.”
Texto: Luís Correia (luis.correia@impala.pt) e Neuza Silva (neuza.silva@impala.pt); Fotos: Tito Calado e Divulgação TVI
(artigo originalmente publicado na edição nº 1781 da TV 7 Dias)