Supernanny: Mãe de criança fala pela primeira vez

«A Margarida agora está quase 100% diferente do que era», diz mãe da primeira criança que participou no programa.

21 Fev 2018 | 13:19
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Margarida, de 7 anos, apelidada de «Furacão Margarida», foi a primeira criança a participar no programa Supernanny da SIC, emitido no dia 14 de janeiro.

Cerca de um mês após a emissão do primeiro episódio, Patrícia Mateus, mãe da menor, fala, pela primeira vez, sobre o impacto do programa.

«A Margarida agora está quase 100% diferente do que era», começa por dizer .

«A minha filha melhorou e eu também. Tal como a Margarida, eu também precisava de ajuda, porque não me sabia impor em relação a ela. Só tenho a dizer bem do programa. Estou agradecida de ter participado. Tenho pena é que tenha gerado isto tudo», confessa, referindo-se a toda a polémica que se gerou em torno do programa.

«Ninguém nos pergunta como estão os nossos filhos»

Patrícia Mateus revelou-se, ainda, indignada com a acção da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos de Proteção das Crianças e Jovens, que a contactou assim que saíram os spots publicitários relativos ao anúncio da estreia do programa. A mãe de Margarida foi chamada à Comissão de Loures, onde deu o consentimento para a intervenção da instituição no programa. Contudo, hoje garante que a Comissão não prestou o apoio sugerido pela mesma.

«Eles (Comissão Nacional de Promoção dos Direitos de Protecção das Crianças e Jovens de Loures) não quiseram saber de nada. Só quiseram saber que os pais violaram os direitos da criança.  Ninguém pergunta como estão as crianças. Ninguém nos pergunta como estão os nossos filhos.»

«Vi uma salvação para mim»

Foi através de um ATL, em Loures, que Margarida frequenta, que Patrícia Mateus teve o primeiro contacto com o programa Supernanny. De acordo com a mãe, foi o centro de estudos privados que encaminhou o pedido da produtora a vários pais.

«Quando li as perguntas que o centro de estudos me enviou, vi uma salvação para mim», começa por dizer, explicando que Margarida «tinha atitudes agressivas»

«A minha filha estava numa psicóloga que lhe deu alta e me disse: ‘A Margarida está optima; a Margarida só tem muita energia; a Margarida está cansada da escola, porque se porta lindamente na escola e vai extravasar em casa; a Margarida com o pai não faz nada, porque não tem à vontade’», adianta.

De acordo com a mãe da criança, a psicóloga apenas a aconselhava a ter «paciência» com Margarida, deixando-a sem saber o que fazer perante as crises da filha. E foi nesse «desespero» que a mãe da menina viu na SuperNanny uma solução.

Não foi pelo dinheiro

No que diz respeito aos 1000 euros que cada família, alegadamente, recebeu como «incentivo» por participar no programa, a mãe de Margarida garantiu que não recorreu ao programa por questões financeiras.

«Eu só soube do dinheiro, quando assinei o contracto. No casting, quando fazem a promoção do programa, não falam na parte monetária. Isso só nos é revelado depois.»

Patrícia, garante, ainda, que o dinheiro é para a filha. «São mil euros que estão num cartão destinado à Margarida. Tenho a minha consciência limpa. Só queria tentar solucionar a minha situação.»

«Não fui eu que pedi para retirarem as imagens»

Em relação ao pedido para que fossem retiradas as imagens do programa, Patrícia nega o seu envolvimento e aponta o dedo ao pai de Margarida, Luís Botelho.

Questionada sobre o facto da Comissão ter pedido a retirada das imagens, nomeadamente, as que se encontram em plataformas online, Patrícia Mateus negou ter tido algum envolvimento nessa decisão, tendo sido alegadamente uma posição tomada pelo pai da criança,

«Isso não fui eu, foi o pai da Margarida. Nem sequer me foi perguntado se eu queria retirar as imagens. Passaram 15 dias de spots publicitários e só na sexta-feira anterior à transmissão do episódio é que ele (Luís Botelho) fez o pedido para não passar o programa».

Patrícia Mateus está separada de Luís Botelho e considera-se mãe solteira. De acordo com a mesma, nos últimos quatro anos tem criado a filha apenas com o apoio dos pais.

Gravações não interferiram com o dia-a-dia da criança

Para finalizar, Patrícia Mateus referiu que as gravações duraram cerca de seis dias e que não interferiram, de forma alguma, com o quotidiano de Margarida. Referiu ainda que a equipa de produção da Supernanny teve «pouca oportunidade», porque apenas estiveram presentes quando Margarida se estava a preparar para ir para a escola e quando voltava, por volta das 19 horas até às 21 horas.

Fotos: Paula Alveno
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