Suzana Garcia esteve à conversa com Júlia Pinheiro na emissão desta sexta-feira, 15 de janeiro, do programa das tardes da SIC. Durante a entrevista, a advogada revelou, em direto, ter sofrido um aborto há uma semana. Emocionada, relatou o que aconteceu.
“Eu gostava de ser mãe”, disse, para logo a seguir confessar ter sofrido um aborto há dois anos. “Correu mal e eu não quero mitigar isso. Eu estou saturada de as pessoas não falarem das coisas que são importantes. […] Fiquei grávida, tive um aborto… Não há drama nenhum com isso”, confessou, com a lágrima no canto do olho.
Mas as revelações não se ficaram por aqui. Recentemente, o mesmo voltou a acontecer. Suzana Garcia estava grávida e também acabou por abortar. “Há uma semana, fui fazer a segunda ecografia, no mesmo dia do que a minha prima, que tem menos dez anos do que eu, e tivemos o mesmo diagnóstico. Não havia embrião, tinha deixado de se desenvolver”, relatou.
Contudo, a advogada considera-se uma “mulher forte”. “Se não tiver filhos, não vou ser uma infeliz”, esclareceu. Suzana Garcia fez ainda um alerta para a importância do tema aborto. Segundo ela, é importante demonstrar às mulheres e aos homens que “isto acontece e é comum acontecer”.
Suzana Garcia realçou a importância de explicar às pessoas que “em 80 por cento dos casos isso acontece”. Na opinião da advogada e ex-comentadora do “Você na TV!”, da TVI, se este assunto for desmistificado, a mulher deixará de se culpar. “Ficamos sempre a pensar. Será que foi porque comi uma papaia ou porque fui ao ginásio? É ridículo, não é? Mas, sim, a papaia pode ser abortiva. Será que…? E pensamos nisso porque temos uma cultura judaico-cristã… no caso das mulheres é um peso grande e nos homens, porque também afeta um homem”, defendeu.
Pai de Suzana Garcia “morreu em menos de um mês”
Outro tema abordado durante o programa “Júlia” foi a morte do pai de Suzana Garcia. A advogada contou que a altura em que terminou a licenciatura foi a pior da sua vida. “O momento do final do meu curso, que sempre pensei que ia ser o momento de maior felicidade, foi o mais trágico da minha inteira existência”, disse, ao mesmo tempo em que se desfez em lágrimas.
“Não pude comemorar com o meu pai e isso foi muito difícil porque o meu pai morreu com um cancro no estômago fulminante. Morreu em menos de um mês”, explicou.
Para Suzana Garcia, o progenitor foi sempre o seu “porto de abrigo” e a ideia de ele não estar presente assustou-a. “Não sabia como ia ser… E eu tive medo, muito medo… De tudo, como qualquer pessoa que perde o pai nessa faixa etária”, acrescentou.
E, mais do que as saudades que ficaram do pai, foram os momentos que Suzana Garcia não conseguiu partilhar com ele. “Tive pena. Merecia ter-me visto chegar onde cheguei, tenho pena de não me ver licenciar, de quando comprei a primeira casa, de abrir a porta e ele não estar ali… Tenho pena de fazer um jantar e não convidar os meus pais”, confidenciou, reforçando que já fez “as pazes com Deus nessa matéria.”
Em jeito de conclusão, Suzana Garcia afirmou: “Mas concluí que, quando nós amamos, devemos deixar partir. Eu sei que o meu pai não iria gostar de se ver na decrepitude da doença. Amar, de facto, é isso, é saber que vou ficar com essa dor […] e deixá-lo ir.”
Colegas de faculdade não eram “propriamente homens extraordinários”
Enquanto falavam do percurso académica de Suzana Garcia e das várias línguas que aprendeu, como chinês, árabe e espanhol, Júlia Pinheiro questionou quando é que a advogada tinha tempo para se divertir.
“Isto era tudo super divertido”, atirou, soltando risos à apresentadora, que perguntou, logo de seguida, se a advogada não namorou na universidade. Para a advogada, os seus colegas, na altura, não eram “propriamente homens extraordinários”, rematou.