The Voice: Herineu Prescindo foge da guerra da Ucrânia

Herineu Prescindo, concorrente de The Voice Portugal, faz um relato do maior pesadelo que viveu até hoje quando se viu encurralado após a invasão russa na Ucrânia.

13 Nov 2023 | 7:00
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Nasceu em Angola, e apesar de agora viver em Portugal foi pela Ucrânia que se apaixonou, até que eclodiu a guerra e se viu encurralado. Herineu Prescindo, de 31 anos, que agora tenta a sua sorte em The Voice Portugal, afirma que jamais esquecerá o dia 24 de fevereiro de 2022, marcado pela invasão russa ao território ucraniano, e que deu início ao seu maior pesadelo.

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“Só saí da Ucrânia pelo que aconteceu. Tive muito medo, claro. Uma das minhas maiores fobias advém destas situações, a terra torna-se terra de ninguém. E tive medo por estar distante da minha família, e foi um alivio quando os vi, mas não me senti seguro ate chegar à Polónia”, contou o jovem de 31 anos, contando como saiu da Ucrânia: “Só consegui sair no terceiro dia de guerra, com muita dificuldade e por meio terrestre, até chegar à Polónia. Apesar de tudo a única situação de guerra mais próxima de mim foi quando uma bomba rebentou a uns 150 metros, mais do que isso só fui ouvindo a algumas distâncias”, relata.

“A Ucrânia é um país muito bom para viver”

A sua passagem pela Ucrânia começou quando decidiu tirar a Licenciatura de Finanças e Créditos. “A Ucrânia é um país muito bom para viver, com um custo de vida muito baixo, e o poder de compra das pessoas era muito alto. Gostei muito de lá viver. Fui estudar e consegui terminar os estudos antes da guerra acontecer. Felizmente, a minha família, a minha mulher e filha já não estavam no País quando tudo aconteceu. Agora estamos todos juntos em Portugal e estou muito feliz por estar cá”.

“A minha ligação com a música surgiu muito cedo”

Por essa razão, o também professor de português e russo decidiu participar no concurso de talentos da RTP 1 e recuperar um sonho antigo que nasceu muito cedo: a música. “Participar no The Voice Portugal era um sonho. Participei no The Voice Ucrânia, e num concurso em Espanha, onde cheguei a viver um ano depois de sair da Ucrânia. A minha ligação com a música surgiu muito cedo, e apesar de dar aulas de português e russo e de trabalhar como empregado de mesa também canto. Dou alguns concertos e canto em casamentos”, disse reforçando que agora que passou a fase das Batalhas no concurso do canal do Estado já só pensa chegar à meta final: “Quero vencer o The Voice. Somos todos pontas de lança e queremos marcar golo, e para mim não é diferente. Gostava muito de ganhar, o objetivo é esse”.

Texto: Telma Santos (telma.santos@impala.pt)
Fotos: Gonçalo Filipe/Shine Iberia Portugal e DR
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