Trauma no Afeganistão

Recorde a história dramática de Paulo, concorrente da segunda edição de Casa dos Segredos.

02 Fev 2018 | 16:32
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(Originalmente publicado na Tv7Dias nº 1283- outubro 2010)

 É corajoso, mulherengo e viveu algo que o marcou para o resto da vida: matou um homem. “Era ele ou eu” – invoca. A sua história vai sensibilizar o País. E, quanto a sexo, os amigos prometem: “Podem contar com isso!”

 

 “Matei um homem” é, para muitos portugueses, o segredo mais surpreendente da segunda edição da Casa dos Segredos e aquele que suscita maior curiosidade. Logo na noite da estreia do reality show, a TV 7 Dias desvendou o segredo de Paulo. Não foi num acidente de viação, nem tão-pouco atropelou alguém – como chegou a ser publicado pela Imprensa. O concorrente de 26 anos, que cumpriu serviço militar entre 2004 e 2008, esteve em missão no Afeganistão, em 2007, e esta foi, talvez, a experiência mais difícil, emocionante e violenta da sua vida.

 Não há ninguém melhor do que Ricardo Jesus, mais conhecido por Godzilla, para falar de Paulo, do segredo, da sua coragem e da experiência no Afeganistão. “Conheço o Rosa desde 2004, quando ele entrou para os Comandos. Quando terminou o curso foi colocado na minha companhia e desenvolvemos uma amizade que dura desde então. É um homem enérgico e extrovertido, muito social e divertido. Gosta de ser o melhor naquilo que faz e, como qualquer pessoa que estima e treina o corpo, gosta de sobressair”, começou por contar o amigo, que já desconfiava da entrada de Paulo na Casa dos Segredos.

“Tinha uma ideia sobre isso, pois ele pediu-me umas fotos e eu confrontei-o com a possibilidade. Ele deixou a sensação no ar, mas não sabia qual o segredo, nem poderei falar sobre isso. O nosso código moral não nos permite falar no assunto, apesar de já não estarmos no ativo”, limitou-se a dizer. “O Paulo fez duas missões de seis meses no Afeganistão comigo. É um homem corajoso, cumpridor e rigoroso, mas, por vezes, arriscava muito sem necessidade. É difícil ver e vviver certas coisas… Não é para todos.”

 

Em relação ao que lá aconteceu, Ricardo reconhece o crescimento do amigo: “Com a idade todos nós ficamos mais calmos, ele não é exceção, embora no caso dele tenha sido mais evidente a maturidade do que a calma em si.”

Ao apresentar-se ao País em noite de estreia do reality show, Paulo garantiu que adora mulheres e que já teve mais de 200 relacionamentos, algo que não surpreende os amigos: “Não deve andar muito longe disso, tendo em conta aquilo que seiatravés dele próprio e do que sempre me contou. Já há algum tempo que não tenho conhecimento de nenhuma relação séria.” E será que é possível envolver-se com alguém dentro da Casa? Com sexo?: “Não tendo ele nada sério… sem dúvida!”

 Sobre o programa… “não vejo muito, vou obtendo reações através de amigos, mas estou a gostar, claro, está a ser como ele é. Acredito que ganhe”.

 

Herói para os amigos

 Em Negrais, ninguém poupa elogios ao Paulinho – como é carinhosamente tratado pelos amigos do Varinos Bar, onde trabalhou vários anos. Atrás do balcão, o concorrente divertia-se a fazer cocktails, dançava ao som da música e espalhava magia entre as mulheres. “Ele é muito cobiçado e está lá para amar. Está a ser ele próprio, tem muito bom coração. Se alguma se fizer a ele, não se vai negar. Ele não tem problemas em fazer sexo lá dentro. Ele vive o dia-a-dia, não pensa no amanhã, nem no que os outros dizem”, revelou Chico, proprietário daquele bar.

O ex-patrão e amigo do concorrente conheceu Paulo há oito anos através de Mónica Seidl, que viria a ser namorada do concorrente, mais tarde: “O Paulinho é muito amigo do seu amigo, lutador, multifacetado, trabalhador, é cinco estrelas, uma pessoa mesmo humilde. Aqui em Negrais todos o adoram.” Natural de Carcavelos, Paulo sempre trabalhou para ajudar os pais. “Ele é incansável com os pais, com amigos, com toda a gente. Nunca virou a cara a ninguém”, contou Chico.

 A experiência vivida no Afeganistão foi algo que marcou o concorrente e um tema difícil de abordar. “Pelo menos comigo desabafou de lágrimas nos olhos e vinha muito afetado e transtornado, teve de matar para não morrer. Ele dizia vezes sem conta: ‘Ou era eu ou ele’. Estava muito sensibilizado com isso, mas ultrapassou bem”, recordou Sandra, mulher de Chico, que acredita que a sua história sensibilizará os portugueses. Tal como o ex-patrão de Paulo, também Joana Pereira conhece três concorrentes da Casa e recorda-os à TV 7 Dias:

 “Só sabia da participação da Danny,mas quando vi o Paulo não queria acreditar. Quanto ao Marco, acho que vai ser muito difícil para ele conviver com a Susana. A Danny já entrou chateada com o namorado. Não sei a razão, também não o conheço bem.”

O segredo de Paulo surpreendeu a amiga e ex-colega de trabalho, que recorda uma noite fria em que o concorrente a sensibilizou:  “Confesso que fiquei chocada, não fazia a mínima ideia! É um segredo muito forte! Ele é um rapaz bonito e é muito cobiçado pelas mulheres. Nunca tive qualquer envolvimento com ele, mas é um querido. Numa noite muito fria, ele tirou o casaco, abraçou-se a mim e ficámos ali meia hora. Soube bem.”

 

Jorge Pires , mais conhecido por Robocop, é um dos amigos mais antigos de Paulinho. “Sim, é possível ter tido mais de 200 relacionamentos. As mulheres não largam, ficam malucas! Houve uma altura em que uma fã fanática vinha cá sempre que ele estava a trabalhar só para o ver.” Paulo desabafou com o amigo, depois de regressar do Afeganistão, que “aquilo foi em autodefesa. Quando chegou aqui, claro que o acarinhámos, mas evita falar do assunto. Ele é espetacular e ninguém quer vê-lo triste. Nunca me contou pormenores, mas ele já sabia para o que ia. Há que estar preparado para tudo nessas situações. Ele fez o certo. Ele agiu pela pátria. Tirar a vida a uma pessoa não é nada fácil, mas naquela situação é normal”.

A TV 7 Dias tentou contactar a família do concorrente, que, por enquanto, prefere não prestar declarações. “A minha irmã não quer falar à Imprensa. Eu respeito-a e também prefiro não falar… Ela não concordou muito com a entrada do Paulo no programa, porque vai expor demasiado a vida dele, mas estamos a apoiá-lo, claro”, limitou-se a dizer o tio José no seu restaurante, O Retiro da Madorna, na linha de Cascais.

 

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