13 horas de agonia: Valentina foi espancada de manhã e deixada em sofrimento até morrer

Vítima de agressões violentas, Valentina sofreu pelo menos 13 horas embrulhada numa manta, no sofá, enquanto o pai e a madrasta diziam às outras crianças que a menina tinha dores de barriga.

12 Mai 2020 | 9:45
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Valentina, cujo homicídio tem revoltado Portugal, foi espancada e esteve em agonia pelo menos 13 horas. As agressões violentas terão ocorrido na casa de banho na manhã de quarta-feira, pelas 9h00, mas a menina só viria a morrer à noite, pelas 22h00,, avança o Correio da Manhã. Os resultados preliminares de Medicina Legal mostram que sim, que a menina teve convulsões, mas terão sido provocadas já pelas agressões e não por um ataque de epilepsia.

Os irmãos e filho da madrasta terão ouvido os gritos e, quando a menina passou o dia embrulhada numa manta, no sofá, depois de ter sido agredida, disseram-lhes que Valentina tinha dores de barriga. Segundo o mesmo jornal, Sandro diz que Valentina estava viva quando saiu da casa de banho e que pensou que fosse muito grave.

As refeições da família terão sido feitas com a menina ali, no sofá. À noite, Sandro diz que saiu para ir buscar leite para a filha mais nova e que, no regresso, Valentina estava morta. Mandaram os filhos para a cama e começaram a encenar o desaparecimento da menina, cujo corpo esconderam no mato.

 

Suspeitos interrogados esta terça-feira

 

O interrogatório ocorre na manhã desta terça-feira, tendo em conta que faz 48 horas da detenção dos dois suspeitos. A autópsia da criança já se terá realizado e o relatório preliminar poder-se-á juntar ao inquérito, havendo a hipótese de ser mais um contributo para confrontar os suspeitos sobre a forma como a criança morreu.

O relatório final da autópsia ainda deverá demorar mais algum tempo. Valentina foi dada como desaparecida na quinta-feira de manhã, depois de uma denúncia do pai no posto da GNR de Peniche.

As buscas contaram com o envolvimento de «mais de 600 elementos ativos, numa área percorrida de sensivelmente quase 4 mil hectares, palmilhada mais do que uma vez em alguns locais», referiu o comandante da GNR de Caldas da Rainha, Diogo Morgado, numa conferência de imprensa, no domingo.

Entre estes elementos estiveram as valências do destacamento de Intervenção de Leiria e o grupo de intervenção cinotécnico (com cães treinados), de Lisboa, e a equipa de aeronaves remotamente pilotadas da GNR, a PSP, bombeiros, escuteiros e vários civis.

 

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Depois de cerca de três dias de buscas, a PJ de Leiria deteve, no domingo, o pai e a madrasta da vítima, cujo corpo foi encontrado numa mata na Serra D’el Rei, no concelho de Peniche, distrito de Leiria, coberto por arbustos.

Os dois suspeitos estiveram com os inspetores na casa onde o alegado homicídio terá acontecido e na mata para onde o corpo foi transportado, a reconstituir o alegado crime.

Outras diligências continuam a ser efetuadas pelos inspetores, para reunirem provas de que o crime foi concretizado pelo pai e pela madrasta da criança durante o dia de quarta-feira.

«Estamos a verificar [o cenário da morte], mas claro que terá de ter acontecido em algum contexto de violência», disse, em conferência de imprensa, o coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Leiria, Fernando Jordão, salientando que, «à partida» não terá sido uma morte acidental.

O coordenador da PJ de Leiria adiantou que a morte terá ocorrido «por questões internas do funcionamento da família», escusando-se a revelar mais informações. Convicto de que a vítima terá sido morta dentro da habitação, o responsável disse desconhecer se as outras três crianças, «de 11/12 anos, quatro anos e outra com meses», que se encontravam em casa, terão assistido a alguma coisa.

A PJ ouviu, contudo, a criança mais velha, assim como os principais suspeitos, o pai, de 32 anos, e a madrasta, de 38 anos, que estão acusados de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O responsável esclareceu que esta situação não terá correlação com o desaparecimento da criança numa outra ocasião. O corpo da criança foi encontrado a meio da manhã de domingo.

 

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Texto: Marta Amorim; Fotografias: reprodução redes sociais

 

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