Durante a sua participação no “Big Brother Famosos”, Leandro foi alvo das mais diversas críticas, inclusive por parte de Nel Monteiro, que o acusou de “ingratidão”, ao ignorar o facto deste o ter ajudado muito no início da sua carreira. O cantor de música popular portuguesa continua revoltado e exige que lhe seja dado o reconhecimento merecido.

“’O seu ao seu dono’! Foi isto que disse da primeira vez e não me canso de dizer. Continua a dizer que fulano e fulana são os seus padrinhos, salta-me a tampa! Eu não gosto que ele chame padrinho a outras pessoas, não quero! Tenho esse direito!”, começa por dizer Nel Monteiro à TV 7 Dias. “Eu nunca falei mal do Leandro e já lá vão anos que nos conhecemos. Mas ele de mim também nem bem nem mal falou. Muitas vezes ele punha a boca em fulano e sicrano a dizer que fez e ajudou e que era o maior e etc. Aqui ao Nel Monteiro fez um pequeno agradecimento quando eu falei disto, foi uma gotinha no oceano”, lamenta o artista. 

Nel Monteiro não gosta de ver Leandro a apelidar outros de padrinhos e deixa alguns avisos ao ex-concorrente do reality show da TVI. “Passar a vida a elogiar alguém que não investiu nada nele? Então eles é que levam os louros e eu é que dei no duro? O verdadeiro padrinho do Leandro é Nel Monteiro! Foi quem investiu nele, em tudo! Ajudei-o no primeiro projeto e depois ajudei-o além projeto porque, coitado, era pobre”, explica. “Ele não reagiu mal àquilo que disse porque sabe que tenho razão e sabe que se começa a falar mal, tem a perder porque eu começo a abrir a boca até às orelhas e vão ver o que é lavar roupa suja! Fico muito triste de não me dar reconhecimento. Só fala mal de mim quem não me conhece e só fala bem do Leandro quem também não o conhece. As centenas de fãs que ele tem, provavelmente recomendadas, só me deitam a baixo. Insultaram-me e falaram mal de mim. Mas devem ser as amiguinhas dele”, atira.

Os dois cantores ainda não falaram e Nel Monteiro garante que o primeiro passo tem de partir de Leandro. “Ele já disse em algum lado para eu lhe ligar. Nem pensar! Eu espero é que ele me ligue a mim, não sou eu que vou ligar para ele. Nós ainda não falámos”, sublinha.

As polémicas entre ambos começaram há vários anos, no início da carreira de Leandro. “Eu fui o único que apostou nele! Ele andou a bater à porta de todas as editoras e todas lhe deram com a porta na cara. Ele gravou aqui o primeiro disco aqui. Ninguém conhecia o Leandro e do nada começou a vender mais de 200 mil cópias. Tínhamos feito um contrato de três anos, e ao fim de três meses desapareceu e foi para a editora Espacial. Aquele primeiro CD vendeu mais do que os quatro que ele fez do outro lado. O contrato dele que tinha comigo por três anos ainda está aqui. Agora perguntem-lhe a ele se por acaso eu assinei alguma rescisão de contrato? Três meses depois ele foi para o outro lado. Fiquei chateado. Mas eu sou muito amigo do dono da editora para onde ele foi e foi por causa dele que fechei os olhos”, conta Nel Monteiro, 

Mas a história não ficou por aqui. “Eu tinha os direitos do primeiro disco e podia fazer o que quisesse com o disco. Fiz uma nova edição e pus no mercado. Aquilo vendia muito bem e o que é que ele fez? Mandou-me uma carta, escrita pelo advogado a ameaçar-me para tirar imediatamente o material do mercado se não metia-me um processo. Dei a carta a ler ao dono da editora e ele só lhe disse ‘digam a esse gajo que tenha juízo porque com  a facilidade com que entrou aqui também sai, ele que tenha juízo porque tirou as fraldas do olho do cu há pouco tempo’. E ficámos a bem, continuei a vender os CD”, revela, esclarecendo: “Eu só quero que ele seja feliz mas que quando for para falar de quem o ajudou, que fale primeiro em mim. Porque se não salta-me a tampa outra vez!”

“O Bruno deu-lhe umas chicotadas do catano”

O cantor acompanhou de perto a prestação de Leandro no “Big Brother” e condena o seu comportamento. “Esteve ali convicto de que era o maior, e quis ser mais do que toda a agente. A maneira como ele falava com o Bruno de Carvalho e com outros concorrentes, tu cá tu lá, por amor de Deus! Ele que baixasse a bolinha. O Bruno se fosse cá fora dava-lhe uma cabeçada. Ele e qualquer pessoa! Ele que falasse daquela maneira, qualquer um dizia ‘calma lá que parto-te o focinho todo’”, diz. “Eu estava com pena dele porque o via ali a armar-se e a enterrar-se. Algum dia era capaz de tratar alguém com a confiança que ele tratava as pessoas? O Bruno deu-lhe umas chicotadas do catano, sem ser preciso muita coisa. O Bruno era muito mais esperto do que ele”, acrescenta.  

Nel Monteiro também não viu com bons olhos o facto de Leandro ter recusado atuar no Natal dos Hospitais. “O Leandro pode ficar queimado com a RTP porque a RTP não é de tretas. Se a RTP continuar a convidá-lo então não está a fazer um grande papel porque há tanta gente com mais talento que o Leandro, que não põe lá os pés e nunca fizeram mal nenhum à RTP. O que ele fez foi uma desfeita para a RTP. Não vamos rebaixar música popular portuguesa, que movimenta multidões”, atira o artista. 

“Estava a passar muito mal”

Nel Monteiro está desesperado com a falta de trabalho e alerta o Governo para as dificuldades dos artistas. “Proíbem-nos de trabalhar mas podemos morrer à fome à vontade. Ninguém nos mata a fome, disso já podemos morrer. Há muita gente a passar muitas dificuldades”, afirma, dando o exemplo de Jorge Guerreiro. “O nosso colega, o Jorge, esse coitado… Estava a passar muito mal. A gente fala uns com os outros e sabe das coisas. E como ele há tantos! Alguns deles até se mataram, basta ver o caso dos Santa Maria”, lamenta.

Texto: Maria Inês Gomes (ines.gomes@impala.pt); Fotos: Arquivo Impala e Divulgação TVI