«Homem forte e dinâmico». Falámos com o último ator a trabalhar com Filipe Duarte na RTP

Terapia foi o último projeto televisivo de Filipe Duarte em Portugal. Nele, o ator contracenou com Virgílio Castelo, que soube pela TV 7 Dias da morte do colega: «Perde-se um grande talento».

17 Abr 2020 | 21:40
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Filipe Duarte era «um homem cheio de talento, muito bem formado e um colega atento aos outros». A definição, aparentemente simples mas basilar do seu carácter, é de Virgílio Castelo e foi dada à TV 7 Dias, pela qual soube da morte do ator, vítima de um enfarte de miocárdio fulminante. Tinha 46 anos.

«Estou realmente muito surpreendido. Não imaginava… Sempre o vi como um homem forte, dinâmico, cheio de saúde. Estou completamente surpreendido com esta notícia», reage, em choque, Virgílio Castelo, com quem Filipe Duarte contracenou pela primeira e única vez naquele que foi o seu último projeto na televisão portuguesa. Falamos da série Terapia, transmitida em 2016 pela RTP1.

Filipe Duarte dava vida a Jorge Velez, casado há dez anos com a personagem de Maria João Pinho. Virgílio Castelo era o psicoterapeuta Mário Magalhães, que ajudava o casal a superar uma crise no casamento. À nossa revista, o ator apelida esse projeto de «fantástico», realçando «os três meses de um convívio muito fecundo» que teve com Filipe Duarte.

Além de protagonista da série, Virgílio Castelo era à data Consultor de Ficção para a RTP. «Nunca escolhi ninguém para um elenco. O que acontecia era que as produtoras escolhiam elencos, com os quais eu estava ou não de acordo. No caso do Filipe Duarte, quando o nome foi proposto, nem sequer hesitei. Era um ator perfeito para aquela personagem», recorda.

Aliás, aquela era uma rara oportunidade para ver Filipe Duarte na televisão lusa. Com uma carreira magnânima no cinema e no teatro, o ator conta com poucos trabalhos no pequeno ecrã português. Novelas, fez apenas duas: Fúria de Viver (SIC, 2002) e Belmonte (TVI, 2013/2014).

Virgílio Castelo lembra o quão criterioso era o colega na seleção de projetos. «Ele sempre teve muito cuidado na escolha, segundo parâmetros que ele próprio definiu. Mas não era de maneira alguma, tanto quanto me lembro, alguém que criticasse os colegas pelas escolhas que ele faziam», adverte.

E acrescenta: «Aquilo que o Pipo fazia enquanto colega não era uma realidade muito diferente daquela que imaginávamos quando o víamos como ator. Lembro-me da primeira vez que o vi como ator, numa série, há muitos anos. Percebia-se logo que era alguém especial. E esse lado especial que ele tinha também era especial do ponto de vista do contacto humano.»

 

«Perde-se um talento grande», resume Virgílio Castelo

 

A carreira de Filipe Duarte não se limitou às fronteiras portuguesas. Do seu currículo, constam trabalhos em Espanha e até no Brasil, onde recentemente fez a novela Amor de Mãe, exibida pela Globo naquele país e atualmente em transmissão pela SIC em Portugal. «A geração a que ele pertence e outras gerações mais novas têm sabido muito bem e têm tido a coragem de arriscar carreiras no estrangeiro. Acho que, de um modo geral, há uma boa dúzia de atores que tem conseguido ter sucesso lá fora e isso também é bom para nós, Portugal, porque se um ator tem mais mercado é sinal de que ele é realmente muito bom. Portanto, se esse mercado ultrapassa a dimensão de Portugal, melhor ainda.»

A rematar, Virgílio Castelo deixa uma certeza: com a morte de Filipe Duarte, «perde-se um talento grande para o teatro, o cinema e a televisão portuguesa».

Casado com a atriz espanhola Núria Mencia, o ator deixa uma filha, Antónia, de nove anos.

 

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Texto: Dúlio Silva; Fotografias: Arquivo Impala

 

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