Yannick Djaló SOFRE LONGE DAS FILHAS: «Estou privado de poder vê-las»

O futebolista deu uma entrevista a Manuel Luís Goucha, a denunciar aquilo que mais o atormenta: a relação distante que mantém com as filhas, Lyonce e Lyannii.

08 Fev 2019 | 14:28
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Já há muito que o conflito se instalou entre Luciana Abreu e Yannick Djaló. Aparentemente, o fim do casamento, em 2012, não terá acabado da melhor forma. O divórcio surgia anos mais tarde, mas os problemas arrastam-se até hoje.

Após várias especulações, Yannick Djaló decidiu colocar um ponto final no assunto e aceitou sentar-se à conversa com Manuel Luís Goucha. Na entrevista, que foi emitida na manhã desta sexta-feira, dia 8 de fevereiro, no programa Você na TV, o futebolista abriu o coração…

 

A transferência de escola nas costas de Yannick Djaló

Yannick quis contar a sua versão dos factos de uma luta que já dura há praticamente 2 anos e que tem a ver com o facto de não poder ver Lyonce e Lyanni. «Estou privado de poder vê-las, num processo que é muito difícil para mim… Não tem cabimento nenhum, porque não vejo fundamento em tudo o que está à volta. Muitas vezes intitulam como uma guerra, eu não vejo como uma guerra, nem creio que seja uma guerra, porque é um direito meu», começa por dizer o futebolista a Manuel Luís Goucha.

«Infelizmente, não tenho hipótese de ser pai… De um lado, tenho um filho, o Christian, de 10 anos, onde tenho uma relação normal de pai, e, do outro lado, não me deixam ser pai», lamenta.

Yannick afirma que a profissão impossibilita um contacto mais próximo, mas que, em terras lusas, é um pai exemplar para o filho mais velho. «Sou um pai presente, quando estou cá. A minha profissão não me deixa ser presente a tempo inteiro, mas sempre que estou em Portugal, o Christian passa o tempo todo comigo. Há uma excelente relação com a mãe e é uma pena que não possa ser assim com a mãe das minhas filhas, porque não havia motivo para ser de outra forma.»

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Manuel Luís Goucha questiona em que circunstâncias se deu o contacto recente que teve com Lyanni. «Com isto tudo o Yannick ficou privado da convivência com as filhas. Tempo que eu não vou recuperar nunca mais», sublinha, detalhando como chegou até à menina. «Eu tive a sorte de ver uma das minhas filhas, a minha filha mais nova, não como eu gostaria, à porta da escola… Tive de descobrir onde a escola ficava. Nem sequer sabia que tinha mudado de escola. A diretora da escola perguntou como é que eu descobri onde era a escola», pormenoriza. «Parece que era uma espécie de segredo que não se podia saber. Quando chego perto da minha filha, a primeira coisa que ela me disse foi ‘quero morar com a mamã’», relembra o angolano.

Yannick não interpretou essa frase da melhor forma, mas respeitou a posição da menina. «Entendi essa frase como… O pai nunca lhes fez mal nenhum, o pai nunca lhes bateu. E a primeira reação que ela tem…», conta, sem conseguir terminar uma frase. «Ela vai continuar a morar com a mamã, ela está bem com a mãe, o pai não a vai retirar na mamã, o papá só vai dar-lhe um beijinho», defende.

E relembra como aquele contacto aconteceu, quase dois anos depois de a ter visto pela última vez. «Nisto a menina vinha para me abraçar e ao mesmo tempo tinha um conflito de ideias que se notava perfeitamente… Vinha para o meu colo e, de repente, vira e abraça a professora a chorar e eu disse ‘pronto… Disse que não precisava de me dar um abraço, só dar-me um beijinho’ e deu-me um beijinho…»

 

«A minha preocupação foi engolir o meu orgulho»

Yannick ainda conseguiu registar o momento e, no vídeo, vê-se uma menina feliz por estar com o pai. Contudo, a felicidade do jogador iria durar muito pouco… «Primeiro, fiquei super feliz por ver a minha filha, eu ia ver as duas, as duas estão na mesma escola. Mas aconteceu um episódio lamentável, lamentável. A diretora da escola levou-me para uma sala, ligaram para a mãe das minhas filhas e, de seguida, ela mandou ir buscar as crianças logo. Nem cinco minutos depois, levaram as crianças a correr, entraram num táxi e…», refere, entristecido.

Nesse momento o apresentador questiona-o no sentido de tentar apurar se levou a imprensa atrás de si. «Não levei ninguém atrás de mim, a minha preocupação foi engolir o meu orgulho e contactar a mãe das minhas filhas. Quando terminou a relação com a Luciana, a exigência era que o Yannick fosse a casa da Luciana, o que ficou posto de parte porque não fazia sentido nenhum», adianta. «É triste um pai ir visitar as filhas e estarem-me a controlar, literalmente, tinha de estar a mãe ou a irmã a ver se as meninas me dava um beijinho, não podiam dar beijinho… É triste, sou pai delas, não tenho nenhuma doença, não tem mal nenhum», sublinha, ainda.

Djaló demarcou a posição que já será do conhecimento de Luciana. «Quando nos separamos, que foi há dois anos e não em 2013 como muita gente pensa, eu disse que, nessa altura, não ia mais a casa dela, por vários motivos…»

A verdade é que o futebolista teme que este afastamento forçado possa vir a influenciar, negativamente, a relação com as suas meninas. «Quero acreditar que não seja o caso, mas tenho receio, ainda mais com a Lyonce. Tinha uma relação muito forte com ela, ela era bastante apegada a mim, neste momento, não sei porque eu não consegui estar com ela», lamenta.

Yannick aproveita para esclarecer que Luciana terá vetado qualquer possibilidade de contacto. «Eu tinha contacto direto com elas, porque lhes tinha oferecido um ipod, em que tínhamos uma aplicação onde podíamos fazer videochamadas. A partir do momento em que nos separámos, fui bloqueado do ipod delas, para não ter acesso direto a elas», assegura, tentando desviar a ideia de que, um dia, as filhas o possam considerar uma pessoa estranha. «Não vou deixar que isso aconteça, porque as coisas chegam a um ponto que vão ter de rematar para algum lado…»

 

A decisão do tribunal e os 129 mil euros que diz ter pago a Luciana

Certo é que, em tribunal, Yannick conheceu a sentença. «Tenho direito a estar com as minhas filhas ao fim-de semana.» Mas não é isso que acontece há quase dois anos. «O pais serve para pagar, mas não serve…», refere, com reticências, deixando antever que o pai não servirá para ver as filhas.

Sobre a indemnização que estará intimado a desembolsar por alegado incumprimento do pagamento a pensão de alimentos das filhas, Djaló esclarece tudo. Afinal, deve ou não deve? «É verdade, quando pensamos que, mensalmente, não está a entrar dinheiro. (A Luciana) pode ter esse argumento, mas o valor com o qual ela ficou, o valor de 2016 que eu lhe transferi… O Yannick cumpriu sempre com os pagamentos da pensão de alimentos, tenho os recibos das transferências todas», garante.

«Tenho 129 mil euros que entraram só em 2016 para a pensão de alimentos.»

[Em actualização]

Texto: Tânia Cabral; Fotos: Arquivo Impala, DR e Reprodução Instagram

 

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